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Deputado do PSD suspeita que Túnel do Marão abriu sem segurança devida

O deputado do PSD Luís Ramos afirmou hoje que suspeita que o Túnel do Marão abriu em maio de 2016 sem "estarem integralmente asseguradas" todas as condições de segurança, reagindo às conclusões do inquérito ao incêndio de junho.

Deputado do PSD suspeita que Túnel do Marão abriu sem segurança devida
Notícias ao Minuto

14:09 - 10/02/18 por Lusa

Política Luís Ramos

"E a prova é que, se agora há urgência em rever os planos de atuação no Túnel do Marão, é porque as falhas são graves", disse à agência Lusa Luís Leite Ramos, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD.

O deputado reagiu às primeiras conclusões conhecidas do inquérito ordenado ao incêndio num autocarro de passageiros, que ocorreu a 11 de junho dentro do Túnel do Marão, inserido na Autoestrada 4 (A4), que liga Amarante a Vila Real.

Na sequência do incidente, o secretário de Estado da Proteção Civil ordenou a realização de um inquérito pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

O documento, a que a agência Lusa teve acesso, aponta algumas lacunas e faz recomendações a nível, por exemplo, da revisão com urgência e até 31 de março dos planos de Emergência e de Intervenção dentro da infraestrutura que possui 5.665 metros.

"Juntando as peças, estou cada vez mais convencido de que não garantiram as condições para o túnel abrir. Faltou formação, faltam meios e falta articulação entre os diversos agentes da proteção civil", frisou.

E faltou também, destacou, a realização de um simulacro antes da inauguração da infraestrutura rodoviária a 07 de maio de 2016.

"A minha convicção é de que abriram à pressa e não garantiram as condições, por exemplo, o simulacro tinha que ser feito antes da abertura para garantir que os dispositivos estavam a funcionar. Nunca fizeram nenhum teste quer do plano de Emergência Interno, quer do plano de Intervenção, para verificar que as coisas funcionavam devidamente", sustentou.

Na sua opinião, o incêndio no autocarro "foi a primeira vez que os meios de intervenção, quer afetos ao túnel quer da proteção civil, foram testados".

O relatório do inquérito, a que Lusa teve acesso, revela um "hiato temporal" de "36 minutos" entre o alerta inicial e o início do combate e aconselha uma revisão dos procedimentos para agilizar a chegada dos meios.

O relatório refere ainda que é preciso "aperfeiçoar os procedimentos previstos em matéria de evacuação" e aponta situações caricatas como o número de telefone do contato da IP estar errado no Plano de Intervenção da infraestrutura rodoviária.

Luís Leite Ramos, que insistentemente tem pedido o acesso ao relatório, lamentou que o Parlamento ainda desconheça o documento que, entretanto, já chegou à comunicação social, e criticou o comportamento do ministro das Infraestruturas, Pedro Marques.

"O que me revolta profundamente nesta história é a forma arrogante, prepotente e irresponsável com que este governo trata as questões de segurança no nosso país e todos aqueles que se atrevem a defender e a exigir a proteção das populações que os elegeram e representam", salientou.

O deputado concluiu salientando que "o Parlamento e os utilizadores do Túnel do Marão merecem e exigem um pedido de desculpas do ministro Pedro Marques".

Na quarta-feira, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas garantiu que o Túnel do Marão é uma "infraestrutura segura" e anunciou que até ao final de março serão implementadas as conclusões retiradas após os incidentes de junho e agosto de 2017.

Dois meses depois do incêndio no autocarro, ardeu também um carro ligeiro dentro do túnel. Nos dois casos não se registaram vítimas, contudo, a infraestrutura ficou fechada ao trânsito por diferentes períodos de tempo.

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