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"Infelizmente o país tem hoje um nível de emprego muito precário"

Ana Catarina Mendes e Luís Montenegro aceitaram o convite da TVI 24 para um duelo político sob a égide de um novo formato televisivo: 'Xeque-mate'.

"Infelizmente o país tem hoje um nível de emprego muito precário"
Notícias ao Minuto

23:35 - 07/02/18 por Filipa Matias Pereira

Política Duelo

Os indicadores do crescimento económico nacional estão na ordem do dia, depois de Bruxelas ter divulgado as previsões de inverno que dão conta da melhoria de uma décima no crescimento do PIB. Porém, é igualmente apontada uma desaceleração do crescimento. Ora, face a esta realidade, Ana Catarina Mendes e Luís Montenegro aceitaram o convite da TVI 24 para um duelo político sob a égide de um novo formato televisivo: 'Xeque-mate', em que cada participante tem direito a colocar uma questão, a responder e a replicar. 

Ana Catarina Mendes (pergunta): Saíram hoje os dados de desemprego que demonstram que a rota de descendência continua em marcha. O número de 8,9% de desempregados contrasta bem com aquilo que o Governo de Direita trouxe que chegou aos 17,5% de desemprego. Não é tempo de Luís Montenegro, enquanto líder do PSD, dizer que reconhece que o esforço do Governo e dos portugueses tem sido significativo nesta matéria?

Luís Montenegro (resposta): Estas notícias não são novas, mas são boas. Porém, ao contrário do que diz Ana Catarina, a descida da taxa de desemprego não é recente. Desde fevereiro de 2013 que registámos que o esforço da transformação do país, nomeadamente de dotar a nossa economia de mais competitividade para gerar riqueza, se tem refletido na capacidade de criar emprego. Agora, o problema com que estamos confrontados não é propriamente o da diminuição do desemprego, porque isso infelizmente é uma situação que já vem desde há alguns anos. O problema principal é a qualidade do emprego que estamos a gerar e infelizmente o país tem hoje um nível de emprego que é muito precário. E sobretudo um nível de emprego que é muito baixo em salários. De 2014 até hoje mais do que duplicaram os portugueses que vivem do salário mínimo nacional. Eu gostava que o Governo e as forças políticas que o apoiam se concentrassem mais em dar qualidade ao emprego e não tanto de ficarem eufóricos com uma descida prolongada.

Ana Catarina Mendes (réplica): Acho extraordinário que Luís Montenegro me fale de salários baixos quando o Governo de Direita foi quem mais cortou os salários e penalizou os trabalhadores. Hoje não ouviu o Comissário dos Assuntos Económicos dizer que a recuperação económica de Portugal é notável?

Luís Montenegro (réplica): Ouvi e reitero esta ideia. Podemos falar do que fizemos de 2008 a 2015, mas depois dizem que estamos sempre a falar do passado. Iniciámos um processo de recuperação depois de termos batido no fundo. E a partir de 2013 iniciámos uma fase de recuperação que foi muito acentuada e que felizmente tem vindo a refletir-se nos níveis de crescimento da economia e de desemprego de 2013 até aqui. E isso é bom. Mas devemos ter mais ambição e um objetivo maior e isso é que gostava que fosse o grande desafio que a colocar à governação.

Luís Montenegro (pergunta): Temos hoje menos desemprego e uma economia a crescer. Mas, quer uma coisa quer outra só são possíveis porque o país empreendeu reformas estratégicas que alicerçam esse crescimento e essa diminuição de desemprego, uma delas é a reforma das leis laborais. É precisamente este um tema que hoje é alvo de colisão entre as forças políticas que apoiam o Governo. De que lado vai ficar o PS?

Ana Catarina Mendes (resposta): Está demonstrado que estas leis laborais não impediram que houvesse um crescimento do emprego em Portugal. Temos hoje mais de 286 mil novos postos de trabalho de qualidade. Aliás, as leis nem impediram que houvesse um aumento do salário mínimo nacional, que houvesse um reforço da contratação coletiva e um combate sem tréguas à precariedade. Por isso, não vale a pena olharmos para aquilo que foi o passado da Direita no Governo, que se traduziu no empobrecimento, na emigração e no desemprego. Hoje, com esta legislação laboral e com o que já fizemos no Governo podemos falar de uma melhoria significativa da qualidade de vida dos trabalhadores portugueses.

Luís Montenegro (réplica): Como diria Catarina Martins, “vamos deixar-nos de ambiguidades”. De que lado está o Partido Socialista e o Governo? Estão do lado do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda que querem reverter todas as reformas laborais; querem recolocar as leis laborais ao nível de 2010 e de anos anteriores? Ou está do lado daqueles que empreenderam com os empresários e os trabalhadores a transformação no mundo laboral que garante direitos e a capacidade de captar investimento?

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