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"Ninguém escapa à lei", mas "MP anda a abusar" com fugas de informação

Para Marques Mendes, as fugas de informação da parte do Ministério Público não são aceitáveis e proporcionam um "show off mediático" que leva à condenação dos envolvidos na praça pública, antes mesmo de serem ouvidos pela justiça.

"Ninguém escapa à lei", mas "MP anda a abusar" com fugas de informação
Notícias ao Minuto

23:29 - 04/02/18 por Melissa Lopes

Política Marques Mendes

Com a justiça a dominar a atualidade, Marques Mendes debruçou-se, inevitavelmente, sobre o caso da semana: a operação Lex que tem como figura central o juiz desembargador Rui Rangel e do qual é também arguido o presidente do Benfica Luís Filipe Vieira.

Marques Mendes quis distinguir dois lados na atuação do Ministério Público. Por um lado, a operação Lex demonstrou que, para o Ministério Público, “ninguém está acima da lei”.

Sejam políticos, um ex-primeiro-ministro, gestores, banqueiros, procuradores do MP, juízes. Ninguém escapa à lei”, constatou, elogiando, neste aspeto, o MP: “Este é o lado positivo que a sociedade tem que valorizar e que antigamente não acontecia, essa é a parte muito positiva do mandato de Joana Marques Vidal. Hoje a investigação é mais livre, mais independente e mais abrangente”.

O lado negativo da operação, destacou por outro lado, é o das fugas ao segredo de justiça. Reconhecendo que “já estamos habituados” a fugas de informação, Marques Mendes considerou que “desta vez se foi longe demais”.

Na sua opinião, é “inaceitável” que, por exemplo, as buscas à casa do juiz Rui Rangel tivessem sido acompanhadas pelas televisões e jornais. “Não é informação, é espetáculo, é show off mediático”, reforçou. “A sensação que tenho é que o MP anda a abusar, anda um bocado deslumbrado” por ter sido bastante elogiado recentemente, opinou, lamentando que, apesar de ainda não ter sido ouvido, "Rui Rangel já está condenado na praça pública com tudo aquilo que veio a público”.

Marques Mendes sublinhou também que a operação em si foi um “murro no estômago” para muitas pessoas que perceberam que a “corrupção chega aos altos cargos da justiça”. “Isto abala a confiança das pessoas na justiça e nas instituições”, lamentou.

Recorde-se que os cinco arguidos detidos no âmbito da operação Lex saíram todos em liberdade, tendo um deles, advogado, de pagar uma caução de 25 mil euros, determinou ao final do dia de sexta-feira o juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, Pires da Graça.

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