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Freguesias debatem reorganização que inclua processo de regionalização

Uma reorganização do território e descentralização administrativa que inclua o processo de regionalização é uma das propostas em debate no XVI Congresso da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), que hoje decorre em Viseu.

Freguesias debatem reorganização que inclua processo de regionalização
Notícias ao Minuto

17:30 - 27/01/18 por Lusa

Política Pedro Cegonho

Ao apresentar as propostas para debate, o presidente da Anafre, Pedro Cegonho, falou na necessidade de "defender uma reorganização do território e descentralização administrativa, onde se inclui o processo de regionalização".

Esta reorganização deve, "de forma clara", definir "as competências e financiamento de cada subsetor" e ser "propiciadora de uma igualdade de oportunidades para todos os cidadãos", frisou.

Outra das propostas passa por "devolver às autarquias locais e populações a decisão quanto à reorganização administrativa do seu território, permitindo a reposição das freguesias extintas contra a sua vontade".

A proposta de linhas gerais de atuação do conselho diretivo da Anafre prevê o impulsionar "de uma nova lei-quadro, de criação, modificação e extinção de autarquias locais" e "corrigir situações atuais, que sejam desadequadas".

O objetivo será avaliar as situações decorrentes da polémica reforma de 2013, promovida pelo Governo PSD/CDS-PP, que foi muito contestada por autarcas e populações.

Os critérios devem ter em vista "otimizar a eficiência e a gestão de proximidade, reorganizando o território e descentralizando competências, à luz das necessidades das suas populações", acrescentou Pedro Cegonho.

O dirigente associativo referiu ainda que a Anafre deve fazer tudo "para que sejam eliminados os desequilíbrios sociais que resultam das injustiças na repartição de recursos, promovendo a satisfação das necessidades das populações e repondo ou segurando os serviços públicos de proximidade".

No que respeita ao estatuto do eleito local, Pedro Cegonho lembrou que a Anafre propôs ao Governo "alterações ao regime de funções dos eleitos que contemplassem o alargamento do regime de permanência e meio-tempo", tendo a pretensão sido parcialmente acolhida no Orçamento do Estado de 2016.

"As freguesias, em função da sua dimensão e orçamento, consideram o objetivo atingido? Há que proceder a essa avaliação", considerou.

Pedro Cegonho disse que "as regras de instalação dos órgãos das freguesias merecem debate profundo e soluções criativas e pacíficas".

"A Anafre, consciente de não depender da sua exclusiva vontade ou da ANMP [Associação Nacional de Municípios Portugueses] quer suscitar a concretização, a curto prazo, de um novo estatuto do eleito local", afirmou.

Este novo estatuto deve reunir, "em diploma único, todas as regras que lhe respeitem, evitando a dispersão de legislação que constrange a sua articulação, dificulta a sua interpretação e aplicação, acautelando a dignificação dos autarcas e facilitando o seu trabalho", acrescentou.

A proposta consensualizada pelo conselho diretivo pretende assegurar a revisão de "instrumentos legislativos que condicionam a autonomia do poder local", nomeadamente "as regras relativas à gestão de recursos humanos".

Nessa revisão consta ainda a alteração de diplomas que condicionam a "autonomia financeira" e de normas "relativas a retenções e consignações de receitas próprias, para além das previstas na Lei das Finanças Locais".

O documento prevê igualmente a rejeição de "qualquer interferência do poder central no poder local, que não seja a de mera tutela administrativa e inspetiva de verificação da legalidade, recusando qualquer tutela de mérito".

No capítulo das finanças locais, a proposta da Anafre aponta para a reposição da "capacidade financeira das freguesias, garantindo uma justa repartição de recursos públicos e o consequente aumento do FFF [Fundo de Financiamento das Freguesias], com vista à execução das suas atribuições e competências".

"Uma justa repartição horizontal do FFF, através da atualização dos critérios de ponderação, garantindo um montante mínimo para o funcionamento das freguesias", assim como a "redistribuição pelas freguesias dos montantes remanescentes do FFF", sem a aplicação "das cláusulas travão" também fazem parte das propostas.

As freguesias deverão ainda aceder a "crédito de médio e longo prazo, nomeadamente para equilíbrio financeiro conjuntural ou estrutural".

O congresso da Anafre, que teve início na sexta-feira e decorre até domingo, em Viseu, vai eleger os órgãos para o mandato de 2017-2021 e as linhas de atuação para os próximos quatro anos.

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