Marcelo "não quer maioria absoluta" nas próximas legislativas
No habitual espaço de comentário semanal, Francisco Louça analisou os dois primeiros anos de mandato do Presidente da República.
© Blas Manuel/Notícias ao Minuto
Política Francisco Louçã
Marcelo Rebelo de Sousa cumpriu, no passado dia 24, dois anos desde que foi empossado com a Presidência da República. E o tema, naturalmente, não passou à margem da análise de Francisco Louçã, num habitual espaço de comentário na antena da SIC Notícias.
Tecendo uma retrospetiva sobre o mandato do Presidente, o político considera que Marcelo “deslocou a perceção tradicional das funções presidenciais e ganhou uma relação comunicacional muito forte que é o seu ponto essencial”.
Porém, este nível de comunicação “leva-o por vezes a comentar ambiguidades”, refere o comentador, dando inclusive como exemplo a situação em que Marcelo se dirigiu aos embaixadores dizendo que “em Portugal havia disponibilidade para ajustamentos do sistema representativo”. Para Louçã, provavelmente o Presidente quis “referir-se à descentralização, mas ficam ambiguidades quando há está sobreposição de palavra”, advoga.
Os próximos anos de mandato da Presidência serão, na opinião do ex-coordenador do Bloco de Esquerda, “diferentes porque terminará entretanto o mandato do Governo. Nestes dois anos o presidente quer uma maioria coerente; quer estabilidade”. Para explicar o seu ponto de vista, o economista recorda que uma breve análise das duas últimas semanas reflete que “há questões que ainda estão pendentes porque há soluções que ainda não foram encontradas como para a gestão da dívida, dos saldos e da projeção orçamental”.
Francisco Louçã defende ainda que o Presidente não “quer maioria absoluta daqui a dois anos”, nas eleições legislativas, “porque isso diminuiria a sua capacidade de intervenção política”. Com efeito, se o “PS pudesse ter maioria absoluta, a direita estaria numa posição muito mais fragilizada do que está hoje e a função presidencial ficaria muito mais contida”. Para além disso, Marcelo “não deverá querer que o PS se vá alinhando para o apoiar e quererá ter a mesma independência em relação ao PSD para ter o seu papel projetado na política portuguesa sem estar muito preso à sua família política”.
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