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PSD acusa Governo de não apostar na valorização do conhecimento
O PSD acusou hoje o Governo de não apostar na valorização do conhecimento, que considera passar por uma aproximação entre os mundos científico e empresarial, visão que recebeu críticas dos partidos de esquerda.
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Política Parlamento
Numa declaração política na Assembleia da República, a vice-presidente da bancada social-democrata Margarida Mano salientou que o grupo parlamentar do PSD, depois de ter apresentado várias iniciativas legislativas, está a realizar um roteiro, em diferentes distritos do país, por instituições de ensino superior, instituições de interface e entidades públicas e empresas.
"Infelizmente o contacto direto com os atores do desenvolvimento revela e confirma também a ausência de uma ação governativa orientada para o sucesso da valorização do conhecimento, quer ao nível da Ciência e do Ensino Superior, quer ao nível do Planeamento, quer ao nível da Economia", acusou Margarida Mano, apontando também "excessivo centralismo" na gestão dos fundos comunitários.
Para o PSD, "Portugal tem que assumir, relativamente à valorização do conhecimento, uma posição visionária" e que passa, segundo o partido, pela "valorização económica desse conhecimento", atraindo empresas e empresários.
Nos pedidos de esclarecimento, o Bloco de Esquerda criticou os diplomas recentemente apresentadas pelo PSD de alteração ao estatuto da carreira docente universitária e politécnica.
"O que o PSD vem aqui propor não é mais do que pressionar docentes do ensino superior a trabalhar de borla nas empresas", acusou o deputado bloquista Luís Monteiro, salientando que estas propostas foram rejeitadas não só por sindicatos mas também pelo Conselho Nacional de Educação.
Já o PS, pela voz do deputado Porfírio Silva, rejeitou as críticas do PSD quanto à gestão de fundos comunitários.
"Só pode ser tentativa de esconjurar a pegada desastrosa que deixaram nesta matéria, tiraram dos fundos comunitários o emprego cientifico o que tem tornado mais difícil uma serie de ações", criticou o socialista, pedindo ao PSD que deixe de apresentar propostas "desgarradas e pontuais".
Pelo PCP, a deputada Ana Mesquita salientou que a opção do anterior Governo PSD/CDS passou por "subordinar a produção científica e tecnológica ao mercado privado", potenciando os lucros dos grupos financeiros "à custa do investimento científico nacional".
"Não temos uma visão de uma sociedade empresarialista como não temos de uma sociedade estatizada, temos uma visão de uma sociedade real, onde existem empresas e existe Estado", respondeu Margarida Mano, considerando que a transferência do conhecimento faz parte da missão das instituições de ensino superior.
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