PCP quer vínculo para os trabalhadores na manutenção da Metro do Porto
Os deputados do PCP eleitos pelo distrito do Porto estiveram hoje reunidos com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, de forma a planear soluções para a falta de vínculo dos trabalhadores na manutenção do Metro do Porto.
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Política Deputados
De acordo com a deputada comunista Diana Ferreira, o partido apresentou uma iniciativa parlamentar que foi rejeitada, no ano passado, porque o "PSD, CDS e PS entenderam que não devia haver vinculação à Metro do Porto", mas sublinha que esta é uma matéria que vão "acompanhar e insistir."
"A Metro do Porto tem recorrido a empresas subcontratadas que, no fundo, acabam por fornecer trabalhadores que respondem a necessidades permanentes da Metro do Porto e, como tal, deviam estar integrados e não a ser subcontratados para fazer um serviço permanente", aferiu.
Neste caso, o vínculo da Metro do Porto com a empresa subcontratada vai terminar em março, não tendo essa empresa ganhado o concurso público para o próximo contrato, o que deixa "cerca de 50 a 60 trabalhadores em situação de subcontratação" com o futuro incerto.
"Não podemos falar de trabalhadores subcontratados a outras empresas, que muitas vezes ficam com o seu posto de trabalho em causa porque -- e é o que se passa aqui -- quando o próprio caderno de encargos é atribuído a outra empresa, estes trabalhadores ficam sempre inseguros se mantêm ou não o seu posto de trabalho, embora estejam há muitos anos a trabalhar para a Metro do Porto", prosseguiu a deputada.
Para o dirigente sindical Paulo Milheiro, estes trabalhadores têm de "fazer parte dos novos cadernos de encargos", de forma a "serem vinculados definitivamente" e revelou que têm sido desenvolvidos, com o grupo parlamentar do PCP, "vários pedidos de audiências", tendo já havido uma reunião com a Metro do Porto.
"A Metro do Porto não deu grandes contributos à resolução do problema, não se vinculou a nada. Nós pensamos que, no fundo, isto requeria uma maior intervenção em termos políticos. A tutela, neste caso o Governo atual, tem que fazer todos os esforços para que se altere a situação destes trabalhadores. É preciso que haja vontade política para que as coisas aconteçam", apontou.
A deputada interveio ainda para dizer que "há uma questão de fundo no que se refere à Metro do Porto, que é exatamente a entrega a privados, quando devia ser o Estado a assumir a existência, manutenção e circulação e também os trabalhadores e seus direitos".
"Tivesse o Estado assumido esta responsabilidade, nós hoje não estávamos a falar de um conjunto tão alargado de problemas na Metro do Porto. Um conjunto de trabalhadores que tem sempre vidas a prazo e que urge pôr fim. Ninguém consegue planear a sua vida porque não sabem se daqui a quatro ou cinco anos vão continuar a ter posto de trabalho e salário", acrescentou.
Bruno Silva é um desses trabalhadores de uma empresa que faz manutenção da Metro do Porto e admite que a solução desejada era vinculação "ao projeto e não a uma empresa de manutenção", porque sempre que há um concurso público, os trabalhadores não estão garantidos nesse posto de trabalho.
"Estamos a conversar, estamos tranquilos, queremos falar primeiro com as pessoas e os partidos, e as formas de luta serão as que terão que ser daqui para a frente. Daqui a dois meses posso já não estar neste projeto, porque o nosso futuro neste momento é até daqui a dois meses", finalizou.
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