Rangel apoia "lógica informal e subversiva" para forçar descentralização
O eurodeputado do PSD Paulo Rangel defendeu hoje que os autarcas devem juntar à luta institucional pela descentralização uma certa "lógica subversiva" e "informal", reorganizando-se, por exemplo numa liga de cidade, forçando o Estado a mudar.
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Política PSD
"Se não foi possível mudar o centralismo de forma institucional, só poderá ser possível com uma certa insurreição. Se as instituições não mudam, mudam as práticas, forçando as instituições a ir atrás delas", defendeu Paulo Rangel, como forma de ultrapassar o atual "impasse" na descentralização.
Rangel falava no âmbito da conferência "Áreas Metropolitanas: o Futuro", realizada pela Associação Comercial do Porto, explicando estar em causa uma "insurreição do tempo da inteligência artificial", que "tem de partir dos protagonistas políticos e da sociedade civil", num processo "informal" que cria "capacidade reivindicativa sobre o poder".
"Isto é informal. Não precisamos de nenhuma lei, de nenhum decreto. Isto cria uma capacidade reivindicativa sobre o poder. Tem de ser modelo de subversão, não de reivindicação formal", vincou.
E acrescentou: "Se estamos à espera de que Estado defina o modelo para podermos ser autónomos, podem ter a certeza de que nunca seremos. Só vamos ser autónomos se quisermos ser autónomos".
Para o eurodeputado, esta questão "têm se de ser vista para lá do Porto", incluindo Braga e Aveiro e "talvez mais do que isso".
"Trata-se de introduzir no discurso político a inteligência territorial", notou.
Para Rangel, a descentralização está perante "um impasse institucional que é voluntário, porque mantém o 'status quo'", pelo que é preciso subvertê-lo, continuando a luta institucional, mas fazendo algo mais.
Rangel considera que "há várias estratégias possíveis" e apontou como exemplo uma ideia que defende "há muito tempo" e que passa pela "união entre Porto e Gaia" para "criar a maior cidade do país, com massa crítica brutal".
Para o eurodeputado, outra hipótese é criar uma "liga de cidades" no "eixo Aveiro, Porto e Braga".
"Não se compreende como é que os presidentes de câmara não se sentam a uma mesa e apresentam uma estratégia", alertou.
De acordo com Rangel, neste processo o Porto teria de ter "o cuidado de não ser liderante" para "não repetir o erro de Lisboa", onde os municípios são vistos como "satélites".
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