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"Patrões estão confortáveis". Sem novas leis, "ficam com a riqueza extra"

O Bloco de Esquerda quer repor algumas leis do trabalho que mudaram no tempo da troika.

"Patrões estão confortáveis". Sem novas leis, "ficam com a riqueza extra"
Notícias ao Minuto

12:17 - 10/01/18 por Pedro Filipe Pina

Política Catarina Martins

O Bloco de Esquerda quer que o crescimento económico se reflita em salários e, para tal, defende que é preciso retirar normas introduzidas na legislação nos tempos da troika.

Em Rio Maior, a líder do Bloco de Esquerda considerou que “despedir ficou fácil e barato”, o que facilita uma “pressão gigantesca” por parte das empresas sobre trabalhadores.

“Mesmo trabalhadores com contratos sem termo sentem-se constantemente pressionados porque sabem que a legislação laboral facilitou e embarateceu os despedimentos”, afirmou Catarina Martins.

Questionada sobre a disponibilidade do PS sobre esta matéria, a coordenadora do Bloco considerou que algumas das medidas defendidas pelos bloquistas “estão no programa do Governo, como é o caso do fim de banco de horas individual”. Porém, “o Governo tem estado a adiar para a concertação social estas mudanças mas já não temos assim tanto tempo nesta legislatura. As pessoas veem o crescimento económico e não veem no seu salário a diferença que deviam sentir”.

A líder bloquista deixou também algumas críticas às associações patronais representadas em concertação social.

A concertação social tem servido para os patrões fazerem veto a qualquer alteração laboral, porque os patrões estão confortáveis”, já que, aponta, “o crescimento económico sem novas regras laborais, significa que são eles [patrões] que ficam com a riqueza extra, e aos trabalhadores não chega”

Além do mais, acrescentou, “os trabalhadores é que fazem” essa riqueza, todos os dias, com o seu esforço”.

Cada vez que o Governo atrasa essas alterações, os trabalhadores não veem nenhuma diferença no seu salário nem nas suas condições de trabalho. As pessoas perderam muito salário nos tempos da troika. Ficaram a trabalhar imensas horas sem receberem nada por isso, ficaram todas com medo do despedimento. Muita gente foi despedida e depois o emprego que encontram é muito mais precário e com salário mais baixo”, apontou.

Tal “não pode ser” porque “os trabalhadores do setor privado não nos merecem menos respeito que os trabalhadores do setor público. Da mesma forma como nos temos empenhado para que trabalhadores do setor público, que perderam tanto no tempo da troika, possam recuperar o que perderam, também temos que nos empenhar para que trabalhadores do setor privado possam recuperar. E a única forma de fazer isso é retirar do Código de Trabalho as normas que a troika lá pôs para cortar salários e precarizar o trabalho”, defendeu.

Questionada sobre o debate em torno da possibilidade de o mandato da Procuradora-Geral da República poder não ser renovado em outubro, Catarina Martins demarcou-se por completo das críticas da Direita.

“Eu percebo que o PSD queira ter não assuntos. Mas o Bloco de Esquerda não vai comentar casos que a Direita quer criar porque está em eleições internas”, afirmou.

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