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“Reinventar Portugal lembra-me ‘make Portugal great again' e não gosto”

A antiga ministra da Cultura defende que um país com 900 anos "não precisa de se reinventar".

“Reinventar Portugal lembra-me ‘make Portugal great again' e não gosto”
Notícias ao Minuto

19:57 - 09/01/18 por Melissa Lopes

Política Acção Socialista

Gabriela Canavilhas assina esta terça-feira um artigo no site Acção Socialista onde parte da ideia da necessidade de “reinventar Portugal”, transmitida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no discurso de Ano Novo.

“Reinventar Portugal lembra-me ‘make Portugal great again’ e não gosto”, começa por dizer a antiga ministra, justificando que "parece significar que a invenção prévia do país falhou, o que não é verdade”.

Portugal, sublinha Canavilhas, “é um país com qualidades intrínsecas à sua natureza, cultura e geografia que lhe imprimem uma marca identitária invejável e que fazem dele um lugar particularmente favorável para se viver”.

E lembra, nesse sentido, os vários indicadores estatísticos que mostram que, “apesar de tudo”, o país está “longíssimo dos dolorosos indicadores de desenvolvimento económicos e sociais de 1974, que obrigaram Portugal a um esforço hercúleo de modernização e coesão”.

“Ao seu ritmo, o país tem vindo paulatinamente a subir nos índices de poder de compra, no valor do salário mínimo, na remuneração média por conta de outrem, na legislação para a igualdade de género, nas competências na Educação, no conforto das famílias, no combate às assimetrias”, sustenta a antiga ministra da Cultura, recordando alguns sucessos, como o facto de sermos um dos países mais seguros do mundo, a tradição multicultural, ou até os triunfos no futebol.

Apesar disso, admite que ainda “há muito para fazer". “Claro que há muito a fazer para galgar um século de atraso em relação ao centro da Europa - Portugal entrou no século XX depauperado pela bancarrota de 1892, (cuja dívida só foi saldada em 2002), enfrentou 50 anos de isolamento salazarista, a integração de meio milhão de portugueses de África, a desintegração dos meios de produção industrial, pesqueira e agrícola, que se seguiu à entrada na UE, e, sobretudo, os baixíssimos níveis de escolaridade dos portugueses, tudo contribuindo para travar o progresso”.

“Um país com 900 anos não precisa de se reinventar, precisa apenas de ser continuamente melhorado”, defende, por fim, atribuindo essa responsabilidade a “todos nós”. “Temos que estar à altura dela”, finalizou.

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