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PSD culpará "maioria das esquerdas" se Autoeuropa for preterida no futuro

O PSD alertou hoje que o fim da paz social na Autoeuropa poderá levar a que a empresa seja preterida no futuro pela Volkswagen, considerando que tal será responsabilidade "desta maioria das esquerdas".

PSD culpará "maioria das esquerdas" se Autoeuropa for preterida no futuro
Notícias ao Minuto

18:38 - 04/01/18 por Lusa

Política Volkswagen

Na resposta, o PS não se referiu à situação da fábrica de Setúbal, mas PCP e BE acusaram os sociais-democratas de trazerem um discurso de "medo e de ameaça" sobre os trabalhadores da empresa.

Numa declaração política na Assembleia da República, a vice-presidente do PSD e ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque sublinhou que a decisão da Volkswagen de produzir em Portugal o seu novo modelo "foi o resultado de um intenso esforço de negociação do anterior governo", baseado na alta produtividade dos trabalhadores e na paz social na empresa.

"Mesmo que ainda se alcance um acordo, e desejamos sinceramente que assim seja, e rapidamente, a alteração de paradigma não deixará de ser lembrada quando houver novo modelo a produzir e outros países com fábricas da Volkswagen voltarem a concorrer com Portugal", alertou, lamentando a "interferência politizada dos sindicatos afetos à CGTP" na empresa.

A ex-ministra acrescentou que, se a Autoeuropa vier a ser preterida no futuro, o PSD não deixará de apontar responsabilidades: "à ação e à cumplicidade de outros, todos desta maioria das esquerdas que reclama para si os méritos do que corre bem e empurra para outros a responsabilidade do que corre mal".

"Primeiro vinha aí o diabo, agora sobre Autoeuropa traz a ameaça da deslocalização, será que é uma vontade escondida do PSD?", questionou, na resposta, a deputada do PCP Paula Santos.

A parlamentar comunista considerou estranho que, quando se perspetiva uma nova negociação entre a administração da empresa e os trabalhadores, o PSD traga novamente o assunto da Autoeuropa a debate, acusando a ex-ministra de parecer querer "condicionar essa mesma negociação de forma a que sejam retirados direitos aos trabalhadores".

Na mesma linha, a deputada do BE Joana Mortágua acusou Maria Luís Albuquerque de querer instrumentalizar os trabalhadores da Autoeuropa "para fazer a narrativa de que o diabo vem aí".

"É inadmissível que o PSD e o CDS, movidos por raiva sindical, tragam uma teoria que não corresponde à verdade", afirmou.

Na sua intervenção, Maria Luís Albuquerque desejou ainda um bom ano a todos os deputados e aos portugueses e que o próximo ano possa ser usado para preparar os que se seguirão, com muitos 'recados' ao atual Governo.

"Queremos um Novo Ano em que o Estado não falhe aos cidadãos na proteção do valor supremo da vida humana, um ano em que os alunos tenham comida em condições nas cantinas e em que o aquecimento possa ser ligado, um ano em que os doentes não tenham de esperar horas sem fim nas urgências", apelou.

Pelo PS, o deputado Rocha Andrade optou por não se referir à situação da Autoeuropa e criticou o conjunto de "previsões bastante pessimistas" da ex-ministra das Finanças.

"Mas tendo em conta o seu registo recente sobre previsões, eu devo-lhe dizer que o facto de fazer essas previsões deve confortar até os mais pessimistas", ironizou.

"A melhor garantia que nós temos de que este ano correrá melhor é a senhora deputada já não ser ministra das Finanças", secundou a deputada do BE Joana Mortágua.

A reunião da Comissão de Trabalhadores (CT) com a administração da Autoeuropa, fábrica do grupo Volkswagen, em Palmela, sobre os novos horários de trabalho foi adiada de sexta-feira para terça-feira, foi hoje divulgado.

Depois da rejeição de dois pré-acordos sobre os novos horários negociados previamente com os representantes dos trabalhadores, a administração da fábrica anunciou a imposição de um novo horário transitório, para vigorar no primeiro semestre de 2018, e a intenção de dialogar com a CT no que respeita ao horário de laboração contínua, que deverá ser implementado em agosto, depois do período de férias.

O novo horário transitório, que entra em vigor nos últimos dias do mês de janeiro, com 17 turnos semanais, prevê o pagamento dos sábados a 100%, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, acrescidos de mais 25%, caso sejam cumpridos os objetivos de produção trimestrais.

Os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram em dezembro uma proposta para uma greve de dois dias, em 02 e 03 fevereiro.

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