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Financiamento? "Deputados não têm coragem de enfrentar as pessoas"

Manuela Ferreira Leite comentou esta noite de quinta-feira, na antena da TVI24, a lei de financiamento dos partidos políticos.

Financiamento? "Deputados não têm coragem de enfrentar as pessoas"
Notícias ao Minuto

23:50 - 28/12/17 por Anabela de Sousa Dantas

Política Ferreira Leite

Manuela Ferreira Leite diz fazer “uma leitura negativa” dos motivos que levantaram uma polémica em torno da lei de financiamento dos partidos. No entender da antiga ministra das Finanças, há uma aura tóxica em torno de partidos e deputados que tem elevado a discussão. “Só o facto de se falar em partidos políticos, de se falar em deputados, de pensar que poderá haver algum benefício para os políticos, faz com que haja uma reação quase endémica por parte da população”, afirmou, no seu espaço de opinião semanal na TVI24.

Recorde-se que o Parlamento aprovou no passado dia 21 em votação final global, várias alterações à lei do financiamento dos partidos. Entre elas estão o fim do limite para as verbas obtidas através de iniciativas de angariação de fundos e o alargamento do benefício da isenção do IVA a todas as atividades partidárias.

Manuela Ferreira Leite entende que a culpa é, em grande parte, dos agentes políticos. “São os próprios deputados que, ou por falta de jeito, por falta de sensatez, por medo ou falta de coragem, não assumem claramente quais são os aspetos que tem que se alterar, que tem que ser mudados, que é preciso discutir”, acusou.

A social-democrata sublinha, ainda, que “causa má impressão, no mínimo, a ideia de que se aprovou uma lei de alteração do financiamento dos partidos (…) nos últimos dias antes de ferias”. “Dá a sensação que era passar despercebido, para passar pelos pingos da chuva. Isto é um sintoma de que são eles próprios [os deputados] que não têm coragem de enfrentar as pessoas relativamente aos problemas que se põe aos partidos”, disse.

Colocando de lado a hipótese de existir qualquer opacidade na Assembleia da República - “o supremo dos paradoxos” -, Ferreira Leite refere que o mais importante nesta discussão é que “são os próprios deputados e os próprios partidos a não assumir aquilo que aprovaram”.

A lei de financiamento, sublinhe-se, passou em votação final global, após meses de negociações com a comissão de trabalho, com a aprovação de todos os partidos, à exceção de CDS-PP e PAN, conforme foi, entretanto, apontado pela secretária-geral adjunta do PS.

“O Bloco de Esquerda aprova mas simultaneamente reprova”, aponta Ferreira Leite, recordando as críticas feitas pelo partido depois de estalar a polémica. Justificando esta posição como “incoerente” e “oportunista”, a antiga ministra sublinha que o partido era livre de votar de acordo com a consciência mas que, ao invés disso, “votaram a favor mas estão em desacordo, porque a opinião publica está em desacordo”.

“Ou seja, os próprios partidos políticos fazem o jogo da desaprovação do comportamento da classe política, mostrando-se que têm medo e que querem encobrir o que estão a fazer”, termina Manuela Ferreira Leite.

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