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Costa está preocupado com "interesses da família socialista" no Montepio

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, acusou hoje o primeiro-ministro, António Costa, de estar mais "preocupado com os interesses da grande família socialista" na questão da eventual participação da Santa Casa no Montepio.

Costa está preocupado com "interesses da família socialista" no Montepio
Notícias ao Minuto

18:36 - 20/12/17 por Lusa

Política Assunção Cristas

"Nesta matéria, quer-me parecer que o Governo está mais preocupado com os interesses da grande família socialista do que propriamente nos interesses dos portugueses que mais precisam, o que de resto, tem bastante histórico entre os antecedentes socialistas", afirmou Assunção Cristas, no debate quinzenal no parlamento.

O primeiro-ministro, António Costa, respondeu que o Governo não se deixará "instrumentalizar na disputa interna dentro do PSD", numa referência a um dos candidatos da corrida à liderança social-democrata, o ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Pedro Santana Lopes.

"Nós trabalhámos sempre com muito respeito com o doutor Pedro Santana Lopes, assim continuarei a fazer, e não tenho mais nada a acrescentar do que o que o próprio doutor Pedro Santana Lopes já disse sobre esta matéria em comunicado que ontem [terça-feira] publicou", afirmou.

Assunção Cristas questionou o primeiro-ministro sobre o cenário de a "Santa Casa pôr no Montepio 200 milhões de euros".

"O que é que deixa de fazer a Santa Casa com esses 200 milhões de euros? Não tem outras prioridades? Não há prioridades na ação social?", questionou.

"É razoável tirar dinheiro, que deverá estar alocado aqueles que mais precisam, dinheiro que vem do jogo social e vem do jogo social porque tem essa finalidade, para alocar numa associação ou num banco cujos contornos não se conhecem em definitivo? O Governo não tem nada a ver com isto?", perguntou Assunção Cristas.

Antes, António Costa tinha defendido que "o Montepio não é um banco qualquer, é o banco de uma associação mutualista e a associação mutualista também não é uma entidade qualquer, é uma entidade a quem milhares de portugueses confiaram as suas poupanças".

"Preservar a associação mutualista é preservar a poupança de milhares de portugueses", declarou.

O primeiro-ministro disse que, tal como Santana Lopes "já teve ocasião de esclarecer, o tema [da entrada da Santa Casa no Montepio] surgiu depois de a Santa Casa da Misericórdia ter manifestado interesse em participar no sistema financeiro, foi um tema discutido entre a Santa Casa, o Governo e o Banco de Portugal".

"Quer a Santa Casa, quer o Governo, quer o Banco de Portugal entenderam que não havia nenhum obstáculo político à participação, que era seguramente do interesse da associação mutualista e que, provavelmente, seria também do interesse da Santa Casa", defendeu.

António Costa sublinhou que foi dito "que não podia ser feita essa intervenção se não fosse do interesse da Santa Casa".

"O provedor da Santa Casa, naturalmente, como primeiro guardião dos interesses da Santa Casa, tomou a decisão de mandar fazer um estudo, que, como ontem [terça-feira] divulgou, ainda não está concluído, e sem o qual não é possível tomar qualquer decisão", afirmou.

O chefe de Governo disse que a decisão "será tomada no estrito respeito pela autonomia própria da Santa Casa da Misericórdia".

"O Governo naturalmente acompanha com interesse o tema, mas sem substituir, sem dar instruções, que, aliás, estatutariamente, não podia fazer", declarou.

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