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Consenso sobre homicídio no namoro e na conjugalidade

A Assembleia da República vai consensualizar a equiparação do homicídio qualificado no namoro ao mesmo tipo de crime ocorrido em relações de conjugalidade, já previsto pela legislação, em virtude da "especial censurabilidade ou perversidade".

Consenso sobre homicídio no namoro e na conjugalidade
Notícias ao Minuto

17:42 - 14/12/17 por Lusa

Política Partidos

Num debate parlamentar sobre projetos de lei de PSD, PAN, CDS-PP e BE para alteração do código penal, passando a prever a circunstância da relação de namoro e agravamento da moldura penal, os deputados que intervieram foram unânimes quanto à necessidade da medida e o parlamento deverá depois vir defini-la, conjuntamente, em sede de debate na especialidade.

"Esclareceremos na especialidade as dúvidas técnicas. Não vemos obstáculos à transposição dessa equiparação", resumiu a socialista Isabel Moreira, considerando que "os vários projetos de lei apresentados não diferem na sua substância".

A deputada do PS esclareceu que se trata de "tipos de culpa" e "não de ilícito", pelo que, a iniciativa "não determina automaticamente que um homicídio seja qualificado", pois "tem de haver especial censurabilidade ou perversidade prevista".

A deputada comunista Rita Rato também afirmou que "o grupo parlamentar, obviamente, acompanha o princípio que subjaz aos vários projetos de lei".

"É uma grave violação dos direitos humanos" e "um flagelo que persiste e se agrava nos dias de hoje", continuou, acrescentando ser necessária mais prevenção e não apenas medidas repressivas, através de um maior número de psicólogos nas escolas e uma rede pública de acompanhamento de situações destas violência.

Antes, a social-democrata Andreia Neto, o deputado único do PAN, André Silva, a democrata-cristã Ana Rita Bessa e a bloquista Sandra Cunha tinham apresentado as respetivas iniciativas, sublinhando os diversos dados estatísticos disponíveis, como o facto de a violência no namoro ter registado 767 vítimas só em 2016, representando um aumento de 60% em dois anos.

A parlamentar social-democrata saudou "os restantes grupos parlamentares, que se juntaram ao PSD", André Silva condenou a "banalização e romantização de alguns atos violentos", enquanto Ana Rita Bessa destacou que "os projetos de lei reúnem, pelo menos entre estes grupos parlamentares, um consenso" e Sandra Cunha defendeu "a mesma dignidade penal" para o homicídio no namoro face ao conjugal.

Os diversos textos propõem que os homicídios cometidos contra namorados ou ex-namorados possam passar a ser qualificados, como sucede com os homicídios praticados "contra cônjuge, ex-cônjuge, pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação".

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