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PSD diz que Governo regional "esconde" finanças públicas, executivo nega

O PSD/Açores acusou hoje o executivo regional, do PS, de esconder indicadores sobre as finanças públicas, algo que o Governo dos Açores recusou, antes de enaltecer os números "substancialmente melhores" da dívida face ao continente e à Madeira.

PSD diz que Governo regional "esconde" finanças públicas, executivo nega
Notícias ao Minuto

12:28 - 13/12/17 por Lusa

Política Açores

"A Conta da região é como que um manual de falta de transparência, apresentado com a chancela da governação socialista dos Açores. O parecer do Tribunal de Contas (TdC) tem, por isso, o grande mérito de destapar tudo aquilo que o Governo esconde sobre as finanças públicas da região", advogou o deputado do PSD João Bruto da Costa, na abertura de um debate na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores sobre a Conta da região.

Bruto da Costa arrancou o debate de urgência pedido pelo PSD sobre a Conta da região e o executivo regional, pela voz do vice-presidente, Sérgio Ávila, acusou o deputado social-democrata de "atirar frases fora do contexto para tirar conclusões que não têm nada a ver com as matérias".

"Não é verdade de forma alguma que o Governo esconda qualquer informação do TdC. Isso que fique muito claro. Isso nunca foi, não é, nem será referido pelo TdC", realçou o membro do Governo dos Açores responsável pela pasta das Finanças.

Contudo, Bruto da Costa, do PSD, insistiu que o parecer do tribunal é um "alerta" que "vem confirmar a necessidade de serem dados passos elementares em favor de um bom governo, na salvaguarda do interesse geral, no aprofundamento da transparência e na melhoria do envolvimento do parlamento e dos representantes do povo na fiscalização da atividade governativa".

E concretizou: "O PS e o Governo não podem assobiar para o lado perante as conclusões do TdC. (...) É hora de o senhor presidente do Governo e do PS dizerem se vão pôr termo à impunidade política do senhor vice-presidente ou se preferem continuar a ser cúmplices desta forma de atuar que esconde informação aos açorianos sobre as contas públicas".

O vice-presidente do executivo, na resposta, declarou que "qualquer debate que qualquer partido entenda fazer é e será sempre bem-vindo", mas pediu uma discussão "séria e construtiva" e sem ataques pessoais.

Depois, Sérgio Ávila realçou os resultados orçamentais da região e sustentou que os Açores têm neste momento uma dívida pública de 44%, que comparou com os dados do continente (acima dos 130%), da Madeira (111%) e da média da União Europeia (cerca de 90%).

"É perfeito? Não. Mas é muito, é substancialmente melhor que qualquer país da União Europeia, melhor que o conjunto do país", advogou, antes de valorizar outros indicadores como o crescimento da economia ou a redução da taxa de desemprego no arquipélago.

No seguimento do debate, Artur Lima, do CDS-PP, sublinhou que o "negócio" do seu partido "não são números, são as pessoas".

"Como os açorianos não comem números, não vou discutir números consigo, vou discutir antes coisas práticas", defendeu, antes de abordar matérias como a pobreza e as políticas que devem ser tidas em conta para contrariar essa tendência.

Pelo PPM, o deputado Paulo Estêvão acusou o executivo açoriano de "puxar a manta para tapar os buracos orçamentais", enquanto o deputado do Bloco de Esquerda António Lima trouxe a debate a açucareira Sinaga e o seu quadro de profissionais, onde, advoga o bloquista, "há um administrador por cada 12 trabalhadores", alguns deles não integrados na administração pública.

Na reta final, o debate voltou ao PSD, que pelo seu líder parlamentar, Duarte Freitas, disse que o executivo açoriano "tem o toque de Midas ao contrário, tudo em que toca, estraga", e acusou a administração pública reigonal de promover os interesses partidários do PS, havendo inclusive municípios e freguesias socialitas que "absorveram" grandes fatias do Orçamento Regional.

O TdC manifestou recentemente "reservas sobre a legalidade e a correção financeira" de valores apresentados na Conta de 2016 dos Açores e alertou para as características da dívida, que "podem agravar o risco do seu refinanciamento".

"Sobre a fiabilidade da Conta, o Tribunal emite reservas sobre a legalidade e a correção financeira de alguns valores apresentados, bem como limitações informativas na Conta, algumas das quais resultam do não acolhimento de recomendações formuladas anteriormente", refere o parecer da entidade.

Para a "melhoria do processo orçamental e de prestação de contas", o TdC formulou 23 recomendações, destacando que 15 são reiteradas.

Aos jornalistas, o presidente do TdC, Vítor Caldeira, esclareceu na ocasião que, quanto à fiabilidade das contas, o Tribunal "emite um parecer com reservas", pois "as contas e as demonstrações financeiras apresentadas não contêm toda a informação necessária para determinar a posição, no final do ano, dos ativos, dos passivos e das responsabilidades da região".

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