Trump quer "conflito no estrangeiro para esconder problemas internos"
Dia ficou marcado pelos confrontos entre palestinianos e as forças militares israelitas. Francisco Louçã acusa Donald Trump de ter escolhido "o choque" no conflito.
© Global Imagens
Política Francisco Louçã
Depois de Donald Trump ter reconhecido, na passada quarta-feira, Jerusalém como capital de Israel, tornando-se no único país do mundo a fazê-lo, o dia de hoje ficou marcado por protestos e confrontos entre palestinianos e as forças israelitas.
Comentando a decisão que rompeu com décadas de política externa norte-americana, Francisco Louçã, na antena da SIC Notícias, considerou que se abriu "uma caixa de pandora”. De seguida, enumerou três razões para “recusar a escolha de Donald Trump”.
A primeira é “cultural”, diz o economista, porque “Jerusalém é uma cidade histórica para o judaísmo, para o cristianismo e para o islão e, portanto, cruzando-se três religiões monoteístas existe a possibilidade de uma convivência ou um choque”, sendo que “Trump escolheu o choque”.
A segunda é “histórica” porque contraria as constantes resoluções das Nações Unidas, que “em 1947 aceitaram a partilha de Jerusalém na sequência da guerra que então terminou [entre o recém fundado Estado de Israel e os países árabes]”, sendo que 20 anos depois a ONU não reconheceu a ocupação do lado Oriental da cidade pelas forças israelitas. Por estes motivos, diz Louçã, “Donald Trump está a reconhecer, contrariando a jurisprudência das Nações Unidas, um facto militar que é um obstáculo à procura da paz”.
Por fim, o antigo líder bloquista sublinha a razão “política”, acusando o presidente dos Estados Unidos de procurar um “conflito ou guerra no estrangeiro” para esconder os “problemas internos”. “Donald Trump consegue concentrar a atenção mundial numa escalada de violência que ele suscitou. Se a política chega a este nível de degradação, de calculismo, de cinismo, de destruição de populações ou de comunidades, Donald Trump representa esse perigo melhor do que ninguém”, reiterou.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com