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Centeno no Eurogrupo? “Acho que vai vencer”. E vai ser bom para o país?

Francisco Louçã está convicto da vitória de Mário Centeno na corrida à liderança do Eurogrupo. Se isso vai ser bom para Portugal, é uma grande incerteza.

Centeno no Eurogrupo? “Acho que vai vencer”. E vai ser bom para o país?
Notícias ao Minuto

18:24 - 30/11/17 por Melissa Lopes

Política Francisco Louçã

O antigo coordenador do Bloco, Francisco Louçã considera que o ministro das Finanças Mário Centeno vai vencer a eleição para presidir ao Eurogrupo, decisão que será tomada na próxima segunda-feira, em Bruxelas.

“Acho que vai vencer”, disse, convicto, o economista, em declarações ao Notícias ao Minuto. “Esta é uma decisão do Governo, não é uma decisão dos seus parceiros que, creio, nem foram consultados sobre isso”, disse Louçã.

Questionado sobre de que forma é que essa eleição será boa para Portugal, o bloquista afirmou ser “difícil” e “arriscado” antever esse cenário. “Porque o Eurogrupo é basicamente um sistema disciplinar que impõe austeridade, assim foi nos últimos anos”, justificou, sublinhando a falta de clareza naquilo que vai ser o organismo daqui em diante, tendo em conta a incerteza na qual está mergulhada a União Europeia.

“Não há governo na Alemanha, a União Europeia está pressionada pelo balanço negativo das políticas agressivas da austeridade”, enumerou, frisando, contudo, que o Eurogrupo poderá ser é muito forçado a retomá-las [as medidas de austeridade] se houver alguma mudança de ciclo”.

“Que papel vai ter o Eurogrupo, se será um anti-Schauble ou se será uma nova política, é uma grande incerteza” até porque, fez sobressair o antigo líder do Bloco, o papel deste organismo é muito “indefinido estatutariamente, não tem estatuto legal”. “Tem muito poder com pouco estatuto legal, o que é muito ambíguo e teve um papel terrível na destruição da Grécia e na forma como prejudicou Portugal”, recordou.

Destacando ainda as más “memórias” do país em relação ao Eurogrupo, Louçã frisou que “pensar que, com Mário Centeno presidente do Eurogrupo, se possa fazer alguma coisa sequer parecida em relação a outro país, será uma ameaça que já não é só para esse país, mas que passa para Portugal. Contudo, Louçã espera que com o ministro português a presidir o Eurogrupo haja de facto uma mudança de política. “Resta saber o que é que a organização vai ser e o que vai querer fazer”.

Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, desvalorizou a candidatura de Centeno, afirmando que se o português vier a ocupar o cargo, isso "não significa nada em concreto para Portugal". "Ter ou não ter um responsável português à frente de uma instituição europeia não significa nada em concreto para Portugal" e "não é condição de melhoria para o país", até porque "o problema não é quem preside ao Eurogrupo, mas sim o Eurogrupo", destacou. 

Na sua próxima reunião, marcada para segunda-feira, em Bruxelas, será eleito o sucessor do holandês Jeroen Dijsselbloem, que em janeiro de 2013 sucedeu àquele que foi o primeiro presidente do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro, o agora presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que quando assumiu funções (2005) era primeiro-ministro e ministro das Finanças do Luxemburgo.

O Governo português - que formalizou a candidatura de Mário Centeno na passada quinta-feira -, tem apenas reiterado a necessidade de uma reforma de um órgão muito criticado pela forma como conduz os seus trabalhos, à porta fechada e sem prestar contas, dado o seu caráter "formalmente informal".

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