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Palavra dada (não) é palavra honrada? O dia em que a Geringonça tremeu

O 'verniz estalou' entre o PS e o Bloco de Esquerda, no dia em que o Orçamento do Estado para 2018 foi aprovado na Assembleia da República. Partido Socialista foi acusado pelos bloquistas de não "honrar a palavra".

Palavra dada (não) é palavra honrada? O dia em que a Geringonça tremeu
Notícias ao Minuto

08:20 - 28/11/17 por Goreti Pera

Política Governo

O Orçamento do Estado para 2018 foi aprovado, esta segunda-feira, no Parlamento, com os votos a favor dos partidos da Esquerda e os votos desfavoráveis do PSD e CDS.

Mas se, dois anos após a formação da atual solução governativa, tentávamos perceber se o clima de lua de mel da Geringonça se mantinha, as dúvidas parecem ter sido dissipadas no dia que marcou a aprovação do Orçamento para o ano que se avizinha.

Assistimos, pois, à primeira grande desavença entre o PS e um dos partidos que suporta o Executivo de António Costa. Afinal, o Partido Socialista recuava face ao previamente acordado, votando contra a proposta relativa à contribuição para as empresas produtoras de energias renováveis.

A promessa de uma aprovação já havia sido dada ao Bloco de Esquerda, cujos deputados se manifestaram perplexos com a mudança de posição dos socialistas, sendo, portanto, rígidos nas palavras.

Palavra dada é palavra honrada”, atirou Mariana Mortágua, que recorreu a uma expressão celebrizada pelo primeiro-ministro,  reprovando o “volte face” do PS e admitindo que o sentido de voto do seu partido em relação ao Orçamento só se manteria devido a essa mesma pretensão de “honrar a palavra”.

A deputada que acusou o PS de ceder ao “poder das elétricas” foi, de resto, aplaudida. Miguel Sousa Tavares, comentador da SIC, afirmou, aliás, ainda no decorrer da noite de ontem que a bloquista teve “uma intervenção brilhante e arrasadora”.

Ainda assim, o documento que determina como serão feitas as contas de 2018 passou no escrutínio e acabou por ser aprovado. PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV votaram a favor, como era, de resto, expectável. PSD e CDS votaram contra. O único partido a alterar o sentido de voto foi o PAN, que optou pelo ‘sim’ depois de ver aprovadas algumas das suas reivindicações.

Mais tarde – depois de se terem ouvido discursos proferidos por todas as alas partidárias – foi a vez de o Presidente da República reagir à aprovação do OE2018. “Não conheço ainda o Orçamento. Vou esperar para depois me pronunciar, lá para 15, 16 ou 17 de dezembro”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à margem da Conferência sobre Inovação Social, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian.

Num posterior comício que marcou os dois anos de Governo, o primeiro-ministro prometeu "continuar a andar" enquanto houver 'estrada' pela frente. "Aqueles que dizem que nós já cumprimos tudo não conhecem o país, porque há tanto e tanto para fazer. Aqueles que dizem que já esgotámos o nosso programa não conhecem a nossa ambição de ir para além do nosso programa", afirmou António Costa, recuperando ainda no seu discurso, em jeito de recado ao Bloco de Esquerda, a tal expressão que o próprio popularizou: "Palavra dada é palavra honrada".

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