Patrões têm de entender: "Bons trabalhadores fazem-se com bons salários"
Sousa Tavares considera que o discurso do ministro das Finanças, nas conferência na Ordem dos Economistas, esconde verdades que não são otimistas.
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Política Sousa Tavares
"Sabemos que vêm aí tempos melhores, para a economia europeia. Mas os tempos melhores virão associados a um ciclo de taxas de juro mais elevadas". Estas foram as palavras que o ministro Mário Centeno proferiu na abertura na conferência anual da Ordem dos Economistas sobre o Orçamento do Estado para 2018 e que mereceram, esta noite, a análise de Miguel Sousa Tavares.
Para o comentador do 'Jornal da Noite' da SIC esta não é uma perspetiva favorável e é “pena que Centeno não o diga na Assembleia em frente aos parceiros do Governo porque eles estão sempre a pedir mais e mais despesa e ao mesmo tempo uma solução para a dívida. E nesse aspeto não é otimista”.
Nesse mesmo evento, o ministro das Finanças falou ainda sobre "o crescimento do salário médio em Portugal nos últimos tempos" e sobre aquela que diz ter sido "a maior redução do desemprego desde o século passado".
Mais uma vez, Sousa Tavares afirma que o que Centeno “disse diverge do que diz a Comissão Europeia sobre a qualidade do trabalho” no país.
“Desde que este Governo está em funções criou 241 mil empregos novos, o que é diferente de diminuir desemprego”, porque não são empregos qualificados. Neste sentido considera que é verdade que o “salário mínimo tem crescido mas a produtividade tem decrescido”, o que significa que “o salário não acompanha a produtividade”
“É preciso que os empregadores entendam que bons trabalhadores fazem-se com bons salários”, atirou, considerando que este é um problema "cultural".
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