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OE2018: PSD acusa Governo de fazer Orçamento "de fação"

O PSD acusou hoje o Governo de fazer não um Orçamento do Estado mas um "orçamento de fação", que tem como prioridade satisfazer interesses "porventura legítimos" mas particulares, de grupos, corporações ou setores da sociedade.

OE2018: PSD acusa Governo de fazer Orçamento "de fação"
Notícias ao Minuto

20:45 - 03/11/17 por Lusa

Política Marques Guedes

este um Orçamento que arrepia caminho na insana aventura de replicar a maioria dos erros que nos trouxeram, em 2011, à antecâmara da bancarrota, e que rompa com a estúpida ideia de acreditar na hipótese, de que é possível fazer tudo da mesma maneira, e esperar que, desta vez, seja diferente?", questionou Luís Marques Guedes, na intervenção de encerramento no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2018.

Para o antigo ministro, a resposta à pergunta que formulou é negativa, considerando que o Orçamento para o próximo ano está desenhado "não como um Orçamento do Estado" mas "como um Orçamento de fação", destinado a satisfazer os interesses de grupos que a maioria julga integrar ou poderem vir a integrar a sua base de apoio.

"É um Orçamento muito mais virado para o vosso umbigo, do que a cuidar do futuro do país e das atuais e futuras gerações de portugueses", disse.

Luís Marques Guedes voltou a defender "a necessidade de uma clarificação política", lamentando que o primeiro-ministro não tenha tido "a coragem política" de aceitar o desafio do PSD e apresentar uma moção de confiança na Assembleia da República.

"Mais uma vez, a sobrevivência política falou mais alto, do que o sentido de Estado e do interesse nacional", criticou.

Marques Guedes considerou que esta clarificação política era necessária "não só por óbvias razões políticas", uma vez que o executivo do PS é minoritário, mas, "acima de tudo, em nome dos valores da decência e da humildade democrática".

"A perversidade dessa opção de fraqueza ficou bem patente nestes dois dias de debate", considerou, dizendo que "na ausência de autoridade política própria" o Governo e maioria optaram "pelo ridículo de voltar a agitar os papões da governação anterior".

O ex-ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares do governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho classificou os dois orçamentos já apresentados por este Governo como "mentirosos" e "desavergonhadas ficções".

"Foram orçamentos em cuja execução o Governo deu uma volta de 180 graus na estratégia proclamada, reverteu objetivos, abandonou prioridades e desistiu de apostas, sem nunca o dar a conhecer, nem ter a frontalidade de reconhecer", acusou, estendendo as críticas às bancadas de BE, PCP e Verdes que disse terem tido uma atitude de "cumplicidade sonsa".

Quanto à atual proposta orçamental, Marques Guedes considerou que não responde como devia à tragédia dos incêndios de Pedrógão - o orçamento foi entregue antes dos incêndios de 15 de outubro - nem aproveita a conjuntura externa favorável para reduzir a despesa estrutural ou fazer reformas.

Sobre a discussão na especialidade, que agora se seguirá, o antigo líder parlamentar do PSD reiterou que o partido não irá entrar num "leilão orçamental", mas apresentará propostas que procuram "corrigir aspetos particularmente gravosos" da proposta e "enunciar medidas e políticas públicas que o país devia estar a prosseguir".

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que já anunciou que não se recandidata ao cargo que ocupa desde 2010 manteve-se em silêncio durante todo o debate na generalidade.

O líder parlamentar social-democrata, Hugo Soares, também não fez qualquer intervenção de fundo ao longo dos dois dias de debate, e apenas hoje pediu a palavra para sucessivos pedidos de interpelação à mesa na sequência da intervenção do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva.

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