“Gostaria que o Orçamento fosse bom, mas não é”. É desta forma que Diogo Feio, do CDS, começa por descrever o documento apresentado pelo Governo que será discutido amanhã na generalidade.
Para o centrista o Orçamento é feito com base em “escolhas erradas”, “não aproveita a conjuntura” e “tem todo um momento cénico” que o envolve.
Este momento cénico, explicou, prende-se com os partidos que suportam o Governo no Parlamento. “Os partidos que têm feito de guarda-costas do PS assumem dúvidas, mas depois tudo termina sempre da mesma forma, com votos a favor”, afirmou, acrescentando perentório: “Há aqui um jogo do gato e do rato”.
Na opinião de Diogo Feio “por muito que haja incomodidades nos partidos mais à Esquerda, em relação às opções orçamentais, ninguém quer ser culpabilizado por criar uma crise política” e, portanto, o Orçamento será aprovado com os votos favoráveis tanto do Partido Comunista Português como do Bloco de Esquerda.
Quanto àquela que será a posição do CDS, o centrista diz estar “convencido” que o seu partido “vai fazer aquilo que tem sido a sua linha”. Isto é, uma “crítica com uma política pela positiva, uma política de propostas em relação a um conjunto de matérias que necessitam de alternativas, como é o caso da política fiscal”.
Diogo Feio acusou ainda a Esquerda de “cuidar tão mal” do Estado, algo que, garante, é “também demonstrado neste Orçamento”.
O Orçamento do Estado para 2018 será votado amanhã na generalidade. A votação na especialidade será feita a partir do dia 23, sendo que cinco dias depois tem lugar a votação final global. Depois o documento segue para Belém para ser promulgado, ou não, pelo Presidente da República.