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PAN avança com denúncia sobre juiz de caso de violência doméstica

Partido avança com denúncia ao Conselho Superior de Magistratura.

PAN avança com denúncia sobre juiz de caso de violência doméstica
Notícias ao Minuto

15:05 - 26/10/17 por Pedro Filipe Pina

Política Polémica

Neto de Moura, juiz desembargador do Tribunal da Relação do Porto, continua a ser alvo de críticas na sequência dos polémicos acórdãos em que referiu o adultério para desvalorizar episódios de violência doméstica.

O PAN fez saber que quer a abertura de um processo disciplinar ao juiz desembargador em questão e que, por essa razão, avançou com uma denúncia ao Conselho Superior de Magistratura.

Afirma o PAN que a denúncia em causa “contesta os fundamentos arcaicos e despropositados utilizados para justificar a decisão do tribunal”.

Esta denúncia, explica o PAN em comunicado, “não pretende contestar a decisão, mas sim os fundamentos arcaicos e despropositados utilizados para alicerçar a solução encontrada sendo que a tónica do acórdão acaba por ser o adultério e não a agressão em si”.

“Sendo Portugal um estado laico, devem as considerações dos juízes citar a Bíblia”, questiona o PAN, numa pergunta dirigida ao Conselho Superior de Magistratura.

“Para além disso”, acrescenta o partido, “as declarações proferidas por este juiz não reconhecem os valores do preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos nem protegem a ‘dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis’.

“As expressões anacrónicas deste acórdão, que contestamos, acentuam e estimulam a violência, o preconceito e o estigma social fazendo com que os cidadãos não confiem nas instituições que os deviam proteger e acentuam a suspeição e o sentimento geral de insegurança. Dividindo as mulheres por castas em que as ‘honestas’ podem e devem estigmatizar as adúlteras, o juiz demonstra que vê com alguma compreensão a violência exercida pelo homem traído, vexado e humilhado pela mulher adúltera, uma posição preocupante numa sociedade que se pretende cada vez mais evoluída, empática e que estimula uma cultura de relações amistosas de respeito entre os pares”, acrescenta o deputado do PAN, André Silva.

“A situação é muito crítica sendo este juiz reincidente. O histórico de decisões controversas do desembargador da Relação do Porto remonta a 2013, quando considerou que uma agressão de um homem a uma mulher com uma criança ao colo não tinha ‘gravidade bastante’”, lembra ainda o partido em comunicado.

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