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"O país tem razões para estar zangado" e intervenção de Costa foi "fria"

Marques Mendes comentou, juntamente com António Vitorino e Francisco Louçã, o desfecho fatídico do pior dia do ano em termos de incêndios.

"O país tem razões para estar zangado" e intervenção de Costa foi "fria"
Notícias ao Minuto

23:16 - 16/10/17 por Melissa Lopes

Política Notícias

O país volta a estar de luto quatro meses depois da tragédia de Pedrógão Grande. Os incêndios deste domingo em vários distritos do país, nomeadamente Viseu, Coimbra, Leiria, Guarda e Castelo Branco, vitimaram, até agora 38 pessoas e feriram 63, 16 dos quais com gravidade. A questão que fica no ar é se não se aprendeu nada com a tragédia de Pedrógão.

Considerando os incêndios deste domingo uma “calamidade”, Luís Marques Mendes considerando que “há algumas dúvidas”.

Já sabemos que há um relatório, que o Governo vai agir eventualmente na base do relatório, mas uma pergunta: durante estes quatro meses – entre Pedrógão e agora este momento – não foi feito nada que melhorasse a capacidade de combate e de intervenção? Não foi feito nada? Tudo depende do relatório?”, questionou-se o comentador na antena da SIC Notícias. O social-democrata interrogou-se ainda sobre o estado de calamidade, decretado depois da tragédia.

Parece aquele princípio ‘casa roubada, trancas à porta’. No mês de agosto, houve um fim de semana em que se considerava particularmente delicado e exigente, e o Governo decretou o estado de calamidade preventivo. Porque é que agora não fez o mesmo? Houve negligência? Incapacidade de prever a situação?”, pergunta.

“Esta é a responsabilidade dos governantes”, completou, não deixando de criticar a intervenção desta noite do primeiro-ministro, que considera ter sido “fria, burocrática e formal”. Já a intervenção da madrugada que passou, Marques Mendes afirmou que “foi de uma insensibilidade a toda a prova”, referindo-se ao facto de Costa ter dito que situações destas vão voltar a repetir-se. 

António Vitorino também tem perguntas a fazer. Embora admita que as questões estruturais que não sofreram alteração - “nem podiam ter sofrido” - nestes quatro meses, há “questões de conjuntura que que precisam de ser respondidas”.

Percebo o argumento de que não há dispositivo susceptível de responder a tantos incêndios ao mesmo tempo. Mas houve ou não retração do dispositivo? Porque é que foi retraído quando toda a gente tinha a consciência de que este era um verão anormalmente tardio?”, apontou.

Participando no mesmo espaço de análise na SIC Notícias, Francisco Louçã referiu que “o país tem boas razões para estar zangado e para exigir preocupação e respostas”.

A publicação do relatório da Comissão Independente e do relatório do Governo vai no mesmo sentido: a Proteção Civil não funcionou de uma forma adequada nas primeiras horas em Pedrógão e provavelmente não terá funcionado agora”, comentou Louçã, que admite, em todo o caso, que os casos são diferentes. Agora, “muitas pessoas terão morrido em casas que arderam” e não nas estradas.

“Apesar de este outono tão estranho, já tivemos mais de 30 graus, e que haja centenas de ignições que começam na madrugada de sábado para domingo exige uma explicação cuidadosa. O que é facto é que as pessoas foram atingidas nas suas casas”, assinalou o comentador, frisando que estes incêndios "testaram até ao limite um sistema que já sabíamos que não funcionava bem”, num dia em que os “meios foram demasiado escassos, tardios e regulados”.

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