Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 12º MÁX 24º

PCP quer que Governo se bata na UE por um novo modelo agrícola

O deputado do PCP no Parlamento Europeu, Miguel Viegas, apelou ao Governo português para que "se imponha" junto da União Europeia em prol de um novo modelo agrícola, que privilegie a regulação pública.

PCP quer que Governo se bata na UE por um novo modelo agrícola
Notícias ao Minuto

20:28 - 13/10/17 por Lusa

Política Eurodeputados

O eurodeputado, que participou hoje na Póvoa de Varzim numa audição sobre o setor leiteiro, juntamente com produtores da região, considerou premente impedir que no setor agrícola "as leis de mercado se sobreponham a tudo e a todos".

"Reclamamos que no plano europeu, Portugal, em ligação com outros Estados que estejam a sofrer as mesmas consequências, se imponha junto da União Europeia em prol de um novo modelo agrícola que privilegie a regulação pública", instou Miguel Viegas.

Na audição, onde também participou João Frazão, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, o deputado europeu lembrou as desigualdades de competitividade que o fim das quotas leiteiras impôs entre os produtores do centro da Europa e os do sul, vincando as dificuldades por que passam os agricultores portugueses.

"Se não houver uma mudança radical na Política Agrícola Comum (PAC), os nossos produtores continuarão a sofrer as consequências da volatilidade e da baixa de preço e da concentração de produção nos países mais ricos do centro da Europa", apontou Miguel Viegas.

"Além disso, com assinatura de um conjunto de tratados de livre comércio com outras zonas do mundo, nomeadamente na América do Sul, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, está a acentuar-se este aspeto ultra competitivo que empurra os preços para baixo e privilegia a agricultura intensiva e os grandes interesses do agronegócio", completou.

O eurodeputado do PCP não hesitou em considerar que PS, PSD e CDS-PP "têm muitas responsabilidades nesta situação, porque votaram favoravelmente as sucessivas revisões da PAC", esperando uma inversão de posição nesta governação socialista.

"Face às evidências atuais, parece haver alguma abertura para questionar uma série de aspetos. Falta ver se, no plano concreto, na intervenção política, o Governo irá fazer algo para travar esta injustiça", apontou.

Uma intervenção rápida é o que também esperam os produtores de leite, que continuam a dizer "que os preços que recebem da indústria estão tão esmagados que não cobrem as despesas".

"No norte da Europa os preços pagos aos produtores pelo litro de leite já ultrapassam os 40 cêntimos, mas aqui, em Portugal, estagnou nos 30 cêntimos, o que não é suficiente para cobrir os nossos custos", apontou Jorge Oliveira, presidente Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP).

O dirigente reconheceu que algumas medidas de apoio tomadas, no último ano, pelo Parlamento Europeu, vieram dar uma ajuda, mas considerou que foi algo "pontual" e que os produtores portugueses "continuam numa situação muito complicada".

Jorge Oliveira apontou ainda o dedo aos setores da indústria e da distribuição por não ajudarem a inverter a situação.

"A indústria queixa-se dos preços praticados pelos hipermercados, e vice-versa, mas nenhum abdica dos seus lucros para pagar mais aos agricultores", concluiu.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório