Como D. Sebastião, "apareceram e desapareceram candidatos" no PSD
As autárquicas abriram caminho à não recandidatura de Passos Coelho à frente do PSD.
© Global Imagens
Política Francisco Louçã
No programa ‘Tabu’, espaço de comentário semanal que mantém na antena da SIC Notícias, Francisco Louçã debruçou-se sobre as eleições autárquicas, cujo “grande acontecimento foi a abertura do processo de substituição de Passos Coelho” na presidência do PSD.
“O PSD expôs-se sobretudo em Lisboa e no Porto”, sugeriu como uma das razões para o mau resultado social-democrata. Já sobre as futuras eleições internas do PSD ironizou um pouco sobre as candidaturas.
“Numa semana apareceram e desapareceram candidatos, o que é já uma coisa em si própria estranha. Por que é que pessoas se apresentam como hipótese de candidatos, que fazem falar no seu nome, e depois se retiraram”, afirmou.
O antigo líder do Bloco de Esquerda especificou de seguida os casos de Luís Montenegro e Paulo Rangel, ambos antigos líderes da bancada parlamentar ‘laranja’, que numa primeira fase não se demarcaram de potenciais candidaturas e que, entretanto, já fizeram saber que não são candidatos, por razões pessoais e políticas num caso (Luís Montenegro), e por razões familiares no outro (Paulo Rangel).
“No fundo, reservam-se, depois de terem aparecido e desaparecido, como D. Sebastião à espera que uma manhã de nevoeiro os chame, por isso não apoiam ninguém; não se ‘queimam’ com ninguém”, apontou o antigo líder bloquista.
Rui Rio, que deverá avançar com a sua candidatura já na próxima semana, e Santana Lopes, que anunciou que ia “ponderar” uma candidatura, são os potenciais candidatos atualmente em ‘jogo’.
Francisco Louçã, porém, não põe de parte a hipótese de uma terceira candidatura “porque há um espaço do PSD que fica vazio, o do ‘passismo’ oficial, digamos assim, ou seja, da corrente mais economicamente neoliberal, que conduziu o PSD durante os anos da troika”.
Sobre os candidatos possíveis: “Rui Rio é uma viragem para um país mais autoritário”, acredita Louçã.
Já sobre Santana Lopes admite alguma surpresa numa candidatura do provedor da Santa Casa porque “ao longo dos últimos anos distanciou-se da sua própria imagem como líder partidário e ex-primeiro-ministro e cultivou uma imagem de alguma distanciação e ponderação, o que o leva a fazer comentários cuidadosos” no espaço de comentário que tem no mesmo canal de televisão.
Ainda sobre Santana Lopes, diz Francisco Louçã: “um ex-líder de um partido não volta a ser líder de um partido, isso é uma coisa que não existe, não tem nenhum sentido. E voltar para fazer parte de uma situação tão difícil como a que o PSD tem não me parece muito de acordo com a forma como Santa Lopes se coloca”.
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