Convergências? "A CDU é uma força de construção, não de bloqueio"
João Ferreira admite ter disponibilidade para, "com outras forças, convergir em propostas, em ações que sejam positivas para a cidade".
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Política João Ferreira
João Ferreira fez esta quarta-feira o rescaldo das eleições autárquicas em que a CDU perdeu 10 câmaras, reagindo também àquilo que diz ter sido "a extrapolação das palavras" de Jerónimo de Sousa sobre possíveis acordos com outros partidos nas autarquias.
"Creio que está a haver uma extrapolação das palavras do secretário-geral do PCP. A pergunta que lhe foi feita foi se admitiria alguma 'Geringonça' no plano local. Penso que não se pode extrapolar para o plano local uma coisa que nem sequer no plano nacional existe", começou por se posicionar.
A questão começa desde logo pelo facto de para o PCP o termo 'Geringonça' ter um caráter depreciativo com que foi cunhado. Além disso, é um termo que "pressupõe uma unidade de funcionamento e de estrutura" que não existe. O que existe, prossegue, "é um governo minoritário de um partido, o PS" em que "existem posições conjuntas estabelecidas que pressupõem um conjunto determinado de medidas a implementar", mas que "identifica um largo conjunto de áreas onde não existe uma coincidência de posições entre os dois partidos".
Em suma: "Não temos um governo das Esquerdas. Temos uma situação particular que resultou de uma situação particular que emergiu das eleições de há dois anos e que não é extrapolável para o plano local", defende o eurodeputado.
Sendo a CDU uma "força de construção e não de bloqueio", João Ferreira assume que o seu partido "está disponível para, com outras forças, convergir em propostas, em ações que sejam positivas para a cidade". Apesar disso, alerta que a "responsabilidade primeira é de quem alcançou a presidência da Câmara Municipal de Lisboa".
Sobre o facto da CDU ter perdido 10 câmaras nestas autáquicas, João Ferreira defende que "só perde 10 câmaras quem tem mais de 10 câmaras", sendo impossível de acontecer a que "a quem, por exemplo, tem meia dúzia de câmaras", disse, numa clara referência ao CDS. Mas também ao Bloco: "Quem não tem câmara nenhuma, não podia perder 10". Contudo, reconhece que os resultados corresponde a um "desenvolvimento negativo" da CDU.
E o que pode ter contribuído para os comunistas terem perdido uma dezena de câmaras?
No entendimento do vereador da Câmara, "cruzam-se nestes resultados questões nacionais e locais". Nas razões nacionais, entende, "poderá pesar de facto uma insuficiente perceção do papel que o PCP tem na nova fase da política nacional, pode não haver ainda a consciência do papel decisivo que teve e tem o PCP num conjunto de medidas positivas tomadas". Nas locais, "pequenas oscilações de votações" podem ter originado estes resultados.
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