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Abstenção nas autárquicas: "Cartão amarelo à democracia"

O fundador do Clube dos Pensadores defende que é necessário respeitar quem não vota e perceber o motivo.

Abstenção nas autárquicas: "Cartão amarelo à democracia"
Notícias ao Minuto

11:20 - 02/10/17 por Notícias Ao Minuto

Política Joaquim Jorge

"Quem venceu estas eleições autárquicas foi a abstenção e não é nenhuma pantomima ou farsa dizê-lo”, começa por afirmar Joaquim Jorge num artigo de opinião enviado à redação do Notícias ao Minuto.

Apesar de os números apontarem para uma redução da taxa de abstenção face a 2013, “esta será a segunda maior da história democrática de Portugal”

Foram 9,4 milhões os eleitores chamados a votar, num universo de 10.32 milhões de portugueses. “Acredito que os cadernos eleitorais estejam errados porque não me parece que haja somente 900 mil portugueses com menos de 18 anos. Todavia a abstenção é arrepiante numa democracia. Algo está mal e há muito tempo que nada se faz”, alega.

Neste contexto, Joaquim Jorge cita Marcelo Rebelo de Sousa que, na véspera das eleições, defendeu que “quem não quer escolher, depois não se pode queixar”.

Para o comentador, “os analistas políticos têm tendência a ler a abstenção como um sinal de desinteresse, comodismo e até de irresponsabilidade”. Mas, “o problema é de quem não se revê em nenhum dos candidatos. Esta ideia de votar sem entusiasmo e num mal menor não é muito dignificante. As pessoas não votam com o encolher dos ombros, votam com a cabeça e as mãos”.

Perante este cenário de abstenção, torna-se imperioso, no prisma do biólogo, que se adotem medidas para contornar esta problemática porque “numa democracia é importante votar, mas também perceber os sinais pelos quais não se vota. E Marcelo Rebelo de Sousa poderia dar uma ajuda nesse debate: Causas de tão grande abstenção?”.

Joaquim Jorge acredita que as pessoas devem votar “em quem acreditam e confiam. De outro modo, vão votar para quê?”, interroga-se.

“Não ir votar pode ser - e é - uma posição bem consciente. O sistema não permite, muitas vezes, escolhas consentâneas com os desejos dos eleitores (no PSD isso foi gritante). Há muita gente que não vota por convicção e espera que os políticos tirem as devidas ilações. No fundo é um gesto para mostrar um cartão amarelo ao funcionamento da nossa democracia. E é necessário respeitar os cidadãos que não votam. Trata-se de uma opção legítima e legal”.

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