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Autor alega usurpação de arte em cartaz, Bloco responde que é legal

Artista que desenhou a pintura que está nos cartazes da candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Almada fala em "usurpação" do seu trabalho.

Autor alega usurpação de arte em cartaz, Bloco responde que é legal
Notícias ao Minuto

14:19 - 28/09/17 por Anabela de Sousa Dantas

Política Polémica

André Silva, autor de uma pintura utilizada nos cartazes do Bloco de Esquerda para a campanha eleitoral em Almada, denunciou, através do Facebook, a alegada indevida utilização do seu trabalho sem o seu consentimento.

“Não recebi, até à data, nenhum pedido de autorização para a utilização da mesma, e sendo eu o Autor da peça, reservo-me o direito de repudiar esta ação deste partido”, escreve o autor, conhecido artisticamente como ‘TRAFIC’, acrescentando que “não adianta serem um partido que apregoa a defesa dos direitos dos artistas e que fala muito sobre a importância da cultura se depois recorrem à arte de certos artistas e a usam em propaganda política sem pedir autorização”.

Apelidando a atitude de “usurpação”, André Silva refere, ainda, que, sendo ele candidato pela Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) à Assembleia Municipal de Almada, não autorizou o próprio partido a utilizar o seu trabalho.

“Estou há mais de uma semana à espera de uma resposta oficial dos advogados do Bloco de Esquerda à carta que enviei a semana passada na qual pedia que retirassem os Outdoors e imagens nas quais a minha peça se apresenta”, afirma o autor.

O Bloco de Esquerda reagiu, esta quinta-feira, à denúncia, também através do Facebook, esclarecendo que “utilizou apenas parcialmente a referida pintura” que “foi feita para ser mantida permanentemente em espaço público”.

“Por isso, e sem embargo dos direitos de autor legalmente reconhecidos, lembramos que, nos termos do artigo 75.º, n.º 2, alínea q) do Código dos Direitos de Autor e Direitos Conexos ‘São lícitas, sem o consentimento do autor, as seguintes utilizações da obra (…) A utilização de obras, como, por exemplo, obras de arquitectura ou escultura, feitas para serem mantidas permanentemente em locais públicos’”, acrescenta o comunicado do partido.

A candidatura do Bloco de Esquerda a Almada, encabeçada por Joana Mortágua, escreve que “lamenta este incidente” mas que agiu “na mais estrita legalidade”. “O Bloco de Esquerda dá por aqui encerrado este incidente, lamentando a utilização da obra e declinando qualquer leitura política ou qualquer processo de intenções, que apenas retira dignidade a esta campanha eleitoral”, termina.

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