Robles considera "absurda" concessão de espaços em Monsanto
O candidato do Bloco de Esquerda à presidência da Câmara de Lisboa considerou hoje "absurda" a concessão de vários espaços do parque do Monsanto pelo valor de 2.600 euros mensais, comparando-a a uma eventual concessão do Palácio de Belém.
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"Não se percebe como espaços tão valiosos para a cidade são adjudicados por este preço a uma empresa que é criada durante o concurso. É tão absurdo como o professor Marcelo Rebelo de Sousa concessionar o Palácio de Belém a um hotel de charme. É disto que estamos a falar, ao nível da Câmara de Lisboa", referiu Ricardo Robles, durante uma visita à Quinta da Pimenteira, onde estão instalados os viveiros municipais.
Ricardo Robles referia-se ao contrato de concessão, assinado em novembro de 2014, de vários espaços do parque do Monsanto, como a Casa do Presidente, o Moinho do Penedo e a Quinta da Pimenteira, um conjunto de edifícios que inclui um lote de terreno de 53.000 metros quadrados, para instalação de equipamentos hoteleiros e de restauração.
"O que está aqui em causa é toda a transparência deste processo. Nós insistimos em ter a informação através da Assembleia Municipal, porque não era disponibilizada pelo executivo, e o que temos aqui é uma concessão por 30 anos destes cinco edifícios, por 2.600 euros por mês, sendo que nos três primeiros anos a entidade a quem foi concessionado só paga 1.000 euros por mês. Este espaço é mais barato do que um T2 no centro de Lisboa, neste momento", destacou.
O candidato bloquista advogou que este é "um negócio difícil de perceber" e que o líder do executivo, Fernando Medina (PS), não o explicou.
"Para acrescentar absurdo a todo este absurdo, a concurso apareceu uma única empresa, que foi constituída durante o concurso, com capital social de 100 euros, quando um dos critérios para adjudicação era a robustez financeira do projeto. Nada bate certo neste processo e o Bloco de Esquerda vai continuar no próximo mandato a insistir sobre esclarecimentos neste dossiê", prometeu.
Para Robles, o negócio, que representa "um euromilhões" para a empresa MCOII Unipessoal, Lda., é lesivo para a cidade e reflete "a falta de regras no alojamento local e turístico" do executivo de Fernando Medina.
"Vamos insistir, a partir do dia 01 de outubro, representados na Câmara, em que não aceitamos e não compreendemos este negócio", prometeu, sugerindo que o espaço poderia ser convertido num centro de interpretação ambiental.
A 01 de outubro concorrem à presidência da Câmara de Lisboa Assunção Cristas (CDS-PP/MPT/PPM), João Ferreira (CDU), Ricardo Robles (BE), Teresa Leal Coelho (PSD), o atual presidente, Fernando Medina (PS), Inês Sousa Real (PAN), Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (PDR/JPP), António Arruda (PURP), José Pinto-Coelho (PNR), Amândio Madaleno (PTP) e Luís Júdice (PCTP-MRPP).
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