"Percorrem país de lés-a-lés e se resultado for mau não é nada com eles"
O fundador do Clube dos Pensadores, Joaquim Jorge, critica a duração das campanhas para as eleições autárquicas e lança farpas aos líderes partidários.
© Joaquim Jorge
Política Joaquim Jorge
Com a proximidade das eleições autárquicas, Joaquim Jorge reflete sobre as campanhas eleitorais e considera que as ações que decorrem desde o início de 2017 “se tornam cansativas e medonhas”.
Apesar de, oficialmente, “a campanha eleitoral só ter arrancado ontem, 19 de setembro”, os políticos já iniciaram as suas ações há meses e “este ruído de fundo é ensurdecedor. A maioria dos portugueses já definiu se vai ou não votar e em quem”.
Apesar de no próximo dia 1 de outubro se escolherem os representantes para as autarquias, o responsável pelo Clube dos Pensadores considera que “quem estiver atento às televisões e aos seus noticiários” verá que estas “parecem umas eleições nacionais”. Isto porque “quem aparece constantemente são os líderes dos partidos: António Costa, Passos Coelho, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. Já Assunção Cristas tem razões para aparecer, pois para além de líder do CDS é candidata à Câmara Municipal de Lisboa”, pode ler-se num texto de opinião enviado à redação do Notícias ao Minuto.
Para o comentador político, “estas eleições autárquicas parecem a primeira volta das próximas eleições legislativas, que se realizarão em 2019”.
Outra das questões que merece a reflexão de Joaquim Jorge prende-se com o facto de só se falar “do Porto, de Lisboa e pouco mais”, quando há “308 concelhos aos quais concorrem os candidatos”. As “eleições autárquicas, sendo de âmbito local e regional”, deveriam estar “sujeitas a uma politização nacional”.
“Ainda vivemos num ‘regime de 76’”, admite o político. Está, por isso, na altura de “separarmos o tipo de eleições: autárquicas; legislativas e europeias. As eleições presidenciais, pela sua especificidade e por haver poucos candidatos, conseguem distinguir-se e sobressaírem. Todavia as eleições autárquicas continuam a ser menorizadas e depreciadas”.
Os protagonistas “deveriam ser os candidatos a presidentes de Câmara e de Freguesia”, mas, “infelizmente, quem aparece constantemente são os líderes dos partidos a falar do Orçamento do Estado ou de outros assuntos que nada têm que ver com as eleições autárquicas”.
Por isso, Joaquim Jorge endereça uma mensagem aos líderes dos partidos: “Depois não se queixem que se tirem ilações nacionais e com consequências. Andam a percorrer o país de lés-a-lés e depois se o resultado for mau não é nada com eles”.
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