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“O que Centeno disse ontem, já não vale hoje”
Miguel Sousa Tavares ficou surpreendido por Mário Centeno não ter anunciado a descida do IRS em todos os escalões como estava previsto e considera importante que a Esquerda distinga "rendimentos de trabalho no IRS de rendimentos do grande capital".
© Global Imagens
Política Miguel Sousa Tavares
O ministro Mário Centeno anunciou esta segunda-feira o esperado alívio fiscal. Mas ao contrário do que tinha afirmado este domingo numa entrevista à RTP, afinal o IRS só vai sofrer uma redução para os escalões mais baixos.
Esta mudança num curto espaço de tempo mereceu críticas de Miguel Sousa Tavares no seu espaço semanal de comentário na SIC. "O que Centeno disse ontem, já não vale hoje", afirmou. "Ontem disse que o IRS ia baixar para toda a gente, hoje já não vai baixar para toda a gente".
Quanto ao anunciado fim da sobretaxa, Miguel Sousa Tavares disse que não basta anunciar que vai acabar no próximo ano. "Não sabemos se a sobretaxa acaba em janeiro de 2018 ou em dezembro de 2018".
De seguida, o comentador aproveitou uma das ideias habituais de Jerónimo de Sousa para explicar que nos escalões mais altos do IRS não estão incluídos os mais ricos. "Jerónimo de Sousa diz que é preciso atingir o grande capital mas o grande capital não está no IRS, está nos paraísos fiscais, nas offshores".
"Para haver uma verdadeira reforma do IRS, a Esquerda deveria distinguir o que são rendimentos de trabalho no IRS de rendimentos do grande capital”, sugeriu depois Sousa Tavares, acrescentado que “deveria haver uma desagravamento dos rendimentos do trabalho. Mesmo que as pessoas estejam no escalão mais alto, é diferente ganhar dinheiro com o seu trabalho do que com os rendimentos herdados, é uma questão de justiça. Englobar e meter tudo no mesmo saco é injusto".
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