Tancos: Parlamento quer saber resultado das averiguações internas
A comissão parlamentar de Defesa Nacional vai insistir para que o governo apresente os resultados das "averiguações internas às circunstâncias e condições" em que ocorreu o desaparecimento do material militar em Tancos, em junho.
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Política Comissões
Lisboa, 12 set - A comissão parlamentar de Defesa Nacional vai insistir para que o governo apresente os resultados das "averiguações internas às circunstâncias e condições" em que ocorreu o desaparecimento do material militar em Tancos, em junho.
Na reunião de hoje da comissão de Defesa Nacional, o presidente, Marco António Costa, lembrou que solicitou em julho e na semana passada ao ministério que enviasse ao parlamento "informação acerca do andamento" do "processo e das averiguações efetuadas".
De acordo com o deputado, a resposta enviada pelo ministério ao parlamento incide sobre a avaliação das condições de segurança das instalações militares pedidas aos ramos e à Inspeção de Defesa Nacional.
Contudo, sublinhou, o ministério nada enviou sobre "os processos de averiguações internos" que tiveram como objetivo apurar "as circunstâncias e condições em que ocorreu o desaparecimento de material militar dos paióis nacionais de Tancos".
Marco António Costa frisou que a exoneração de cinco comandantes de unidade foi determinada pelo chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, no início de julho, justamente para que não interferissem com o processo de averiguações.
Os coronéis em causa foram novamente nomeados para as mesmas funções - a 18 de julho - após concluídas as averiguações, divulgou na altura o Exército.
"É preciso perceber porquê", sublinhou o deputado do CDS-PP João Rebelo, na reunião.
Do lado do PCP, Jorge Machado também defendeu que "toda a informação deve ser transmitida à Assembleia da República", e Pedro Filipe Soares, do BE, apoiou que a comissão faça novos pedidos ao governo neste sentido.
Pelo PS, o deputado Miguel Medeiros considerou "relevante" que a comissão seja informada sobre as averiguações desencadeadas pelo Exército, separando o plano interno do plano judicial.
Em junho, o Exército revelou a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins', tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros.
Entre o material de guerra furtado dos Paióis Nacionais de Tancos estavam "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, segundo a informação divulgada pelo Exército.
O CEME mandou instaurar três inquéritos, nomeadamente ao funcionamento do sistema de videovigilância, à intrusão nas instalações e à gestão de cargas.
O Exército decidiu encerrar os paióis nacionais de Tancos e cancelar os investimentos previstos para aquelas instalações, optando por concentrar o material nas instalações de Santa Margarida e admitindo armazenar algum material nos paióis dos outros ramos, em caso de necessidade.
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