"Governo não pode culpar autarquias" por concurso de professores
O presidente do PSD acusou o Governo, na sexta-feira, de "lavar as mãos do problema" da contratação de assistentes operacionais para as escolas, responsabilizando as câmaras, mas "não pode culpar" as autarquias quanto ao concurso de professores.
© Global Imagens
Política Passos Coelho
Pedro Passos Coelho, num jantar autárquico do partido em Évora, na sexta-feira à noite, dia em que arrancou o ano escolar 2017/2018, lembrou que o Governo do PS tinha anunciado que, "desta vez, iria haver lugar à contratação de 1.700 novos assistentes operacionais para as escolas".
"Afinal, verificámos que os lugares que foram efetivamente preenchidos a tempo da abertura do novo ano escolar, relativamente ao ano passado, foram só 300", disse o presidente social-democrata.
E, além disso, continuou, o PSD percebeu que "os concursos que o Governo decidiu lançar para os 1.700 novos assistentes operacionais têm um tempo de execução que empurra para o 2.º trimestre escolar a possibilidade de esses assistentes chegarem às escolas", o que significa que, "só para o ano" é que poderão estar em funções.
Lembrando que o anterior ano letivo foi "muito atribulado", precisamente pela falta destes operacionais, levando "muitas escolas" a abrirem "muito tardiamente", Passos Coelho disse que, na abertura do novo ano escolar, "a palavra mais importante que o Governo teve para dizer hoje" foi "responsabilizar as autarquias não haver mais assistentes operacionais colocados em devido tempo".
"A primeira oportunidade que tiveram, no dia em que simbolicamente começa a arrancar o novo ano escolar, não foi para reconhecerem que acordaram tarde para o problema e que vão tentar resolvê-lo o mais depressa possível. Foi lavar as mãos do problema e responsabilizar as autarquias", criticou.
Mas, destacou Passos Coelho, "há um ponto em que o Governo não pode culpar as autarquias", que é o concurso de mobilidade lançado para os professores, o qual "teve regras que foram alteradas e que criaram um problema de justiça relativa muito sério para resolver".
"Nós chamámos a atenção do Governo para isto", mas este "não respondeu" e, "agora, os sindicatos estão também a reclamar e ainda hoje prometeram que, se o Governo não se comprometesse com um novo concurso que corrigisse este problema, recorreriam a novas greves", referiu.
O presidente do PSD disse esperar que as autarquias "possam vir a ter, crescentemente, uma palavra mais importante a dizer ao nível do ensino básico e secundário", mas, ao mesmo tempo, frisou esperar também "que o Governo pudesse corrigir, naquilo que lhe cabe de responsabilidade, os seus erros", os quais, pelo contrário, se têm "vindo a acumular".
"É muito negativo que isto se repita, sobretudo numa altura em que o Governo já está com bastante treino e com muita experiência. Este tipo de erro já não é admissível na abertura do ano escolar", acusou.
O ano letivo arrancou oficialmente na sexta-feira para milhares de alunos, com os professores a contestarem as regras do concurso de mobilidade interna deste ano, que não permitiram concorrer a horários incompletos, e mais funcionários nas escolas prometidos pelo Governo.
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