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"Ou devolve Parque das Nações ou autarca lisboeta será persona non grata"

André Ventura tem sido criticado pelas suas declarações sobre vários temas que afetam todos os que residem no concelho de Loures. Porém, garante ser um homem de fortes convicções, recusando recuar nos comentários que tem tecido na sua campanha a presidente da Câmara Municipal de Loures.

"Ou devolve Parque das Nações ou autarca lisboeta será persona non grata"
Notícias ao Minuto

23:37 - 06/09/17 por Patrícia Martins Carvalho

Política André Ventura

Inicialmente, André Ventura era o candidato do PSD e do CDS à Câmara Municipal de Loures, mas depois de, numa entrevista ao Notícias ao Minuto, ter tecido duras críticas à comunidade cigana residente no concelho, o CDS decidiu retirar o seu apoio e lançar um candidato, Pedro Pestana Bastos.

Este último, também em entrevista ao Notícias ao Minuto publicada ontem, acusou André Ventura de ter opiniões que vão ao encontro do que é defendido pelo PNR, partido português de extrema-direita, e ainda de admitir uma coligação com a CDU e de dizer que não assumiria o cargo de vereador em caso de derrota para a cadeira de presidente da autarquia.

Ora, confrontado com estas declarações, André Ventura faz sobressair que o candidato do CDS não foi verdadeiro no que disse. “Ao contrário do que diz o doutor Pedro Pestana Bastos eu nunca disse que iria sair se perdesse. Eu disse que ficarei como vereador e que assumirei o meu papel de oposição”.

“Foi isto que eu disse”, frisa o candidato social-democrata em declarações ao Notícias ao Minuto, dizendo ainda que é “ridículo” o CDS tocar neste assunto, uma vez que o partido “nunca teve nenhum vereador, nem de governação, nem de oposição”.

O doutor Pedro Pestana Bastos está a falar porque sabe que não terá absolutamente nada. Provavelmente vai ficar abaixo dos 2% [dos votos] e, portanto, não vai ter votação que lhe permita fazer esses cálculos

Quanto à questão de uma hipotética coligação com a CDU, André Ventura é perentório em recordar ter sido o “primeiro a dizer que não queria ser a muleta da CDU”.

O que o candidato do PSD assegura que irá fazer é “convidar as outras forças políticas que elegeram vereadores para fazerem parte deste projeto”, pois, sublinha, o que pretende é ter um mandato que “permita estabilidade, aprovação dos orçamentos e que permita uma governação durante quatro anos que verdadeiramente coloque Loures no mapa”.

Quanto a coligações, só mesmo se se verificar uma situação de “ingovernabilidade” no município. “De resto afasto qualquer cenário de coligação”, acrescenta.

Perante o “ataque” que tem sido alvo por parte dos restantes candidatos à presidência da Câmara Municipal de Loures, André Ventura considera que os mesmos “deviam era estar concentrados em retirar ao doutor Bernardino Soares o mandato de presidente”.

Mas não, parece que o importante é atacar o André Ventura e o PSD. Os habituais do sistema, aqueles que não querem perder os privilégios, estão cheios de medo que eu ganhe e que as coisas mudem, por isso é que se unem todos

E por falar em união, André Ventura admite “temer” o surgimento de uma pequena 'geringonça' no município, mas sublinha que essa união entre todos os adversários “é sinal de que estão com medo [que ganhe]". "E se estão com medo é porque sabem que a razão está do nosso lado". 

Rutura com Lisboa

O que parece estar à vista é uma rutura nas relações entre o concelho de Loures e o de Lisboa caso André Ventura seja eleito para presidente da autarquia.

Em causa, elucida o candidato ao Notícias ao Minuto, está o facto de o Parque das Nações ter deixado de pertencer ao município lourense após a reforma administrativa do território levada a cabo em 2012.

“Eu quero mesmo reconquistar o Parque das Nações e não é só a zona norte. É todo o Parque das Nações”, garante, explicando que esta alteração se traduziu numa injustiça para o concelho a cuja presidência concorre.

Não só Loures ficou sem uma das suas zonas mais emblemáticas, como ficou sem uma das suas zonas mais bonitas e com maior poder de compra, e nunca foi compensada por isso. Agora, das duas uma: ou Loures volta a ter o Parque das Nações ou recebe uma compensação financeira por ter perdido aquela zona. Caso contrário, e digo isto sem qualquer demagogia, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa passa a ser persona non grata em Loures

André Ventura adverte ainda que “isto não é nenhuma brincadeira”, lamentando que os seus adversários “levem esta questão a brincar”.

Questionado sobre a razão para esta ser uma questão ainda, ao que parece, por resolver, o candidato ‘laranja’ explica que tal se deve ao facto de “os presidentes de câmara, quer do PS, quer do PCP, estarem sempre feitos em panelinha com o Governo central e com os sucessivos presidentes da Câmara de Lisboa”.

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