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Carlos Moedas pede Europa mais firme nos direitos humanos

O comissário europeu Carlos Moedas defendeu hoje uma Europa "mais assertiva" em matéria de direitos humanos, tal como foi em relação ao défice, e apontou o PSD e o seu líder como exemplos de tolerância.

Carlos Moedas pede Europa mais firme nos direitos humanos
Notícias ao Minuto

23:51 - 29/08/17 por Lusa

Política Comissário europeu

Numa intervenção na Universidade de Verão do PSD, uma iniciativa de formação de jovens quadros que decorre em Castelo de Vide (Portalegre), Carlos Moedas alertou para que se a Europa voltar "a abrir a caixa de Pandora" que viveu na Segunda Guerra Mundial de racismo, xenofobia e intolerância poderá não a conseguir fechar.

No final e questionado pelos jornalistas se considera que o PSD está a respeitar esses valores ao apoiar um candidato a Loures, André Ventura, que já defendeu, por exemplo, a pena de morte, Carlos Moedas escusou-se a falar sobre casos concretos de política nacional, mas disse não ter "nenhuma dúvida" de que o PSD e o seu líder são exemplos de tolerância.

"O PSD é um partido de tolerância e nem sequer se pode admitir que tenha qualquer aspeto racista, muito menos o seu líder, que pela sua vida e afirmação de vida é um homem de tolerância", salientou o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação.

E contrapôs: "Onde eu não vejo esses exemplos de tolerância é na extrema esquerda e extrema direita", salientando que, na Europa, foram esses partidos que se opuseram, por exemplo, ao acordo de comércio com o Canadá.

"São esses partidos que querem fechar o mundo, aqueles que querem criar mais fronteiras, reduzir a economia dos países e fechá-las", apontou.

Na sua intervenção no primeiro jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD, Moedas sublinhou que "a Europa foi muito assertiva quando Portugal, Espanha e Irlanda não cumpriram com as metas do défice", considerando que são muito mais graves violações de direitos fundamentais em países do espaço comunitário como Hungria e Polónia ou de um candidato à adesão como a Turquia.

Carlos Moedas desafiou a geração dos jovens presentes na iniciativa do PSD - entre os 13 e os 36 anos, mas a maioria na 'casa' dos 20 - a voltar a interessar-se por política.

"O maior desafio da vossa geração vai ser como vamos conseguir globalizar a política", disse, salientando que nenhuma decisão importante pode atualmente ser tomada país a país.

Carlos Moedas defendeu que essa globalização da política passa por aproximá-la do cidadão, já que o mundo digital obriga a um funcionamento "de baixo para cima", e utilizar a tecnologia para melhorar a democracia, através de instrumentos como o 'crowdfunding' (financiamento colaborativo) ou os Orçamentos Participativos.

"Só se as pessoas confiarem na política, sentirem que são parte da política, é que vão aceitar tomar decisões que não são por unanimidade", afirmou.

A este propósito, o comissário europeu e antigo secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro do Governo liderado por Passos Coelho apontou como exemplo a crise do vírus Ébola.

"Se pudéssemos ter decidido sem unanimidade construir uma vacina, isso teria custado ao contribuinte 20 milhões de euros, como não nos pusemos de acordo e cada país, cada empresa, queriam trabalhar separadamente, isso custou-nos mais de 11 mil vidas e 4,6 mil milhões de euros", lamentou.

Carlos Moedas salientou que se vive "um momento de mudança de geração na política", não só por uma questão de idade "mas também porque as pessoas querem uma coisa diferente", apontando o exemplo da eleição de Emmanuel Macron em França.

"As pessoas querem uma coisa diferente, as pessoas querem novos políticos, pessoas que tragam uma linguagem menos redonda para a política, mais humilde", disse, admitindo que essa nova política pode ser menos ideológica e mais interessada em mudar a vida das pessoas.

O comissário europeu defendeu ainda que a Europa precisa de uma maior justiça fiscal, que passa por obrigar as empresas e as multinacionais a pagarem impostos onde têm lucros.

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