Foi o próprio Rui Moreira quem fez a denúncia na sua página no Facebook. Alguém andava pela Cidade Invicta com autocolantes que trocavam uma letra à marca Porto. Em vez de "Porto", lia-se "morto".

O caso causou debate, a autarquia apresentou queixa contra desconhecidos e Rui Moreira não se poupou em críticas ao ato.

Agora, o tema voltou ao Facebook de Rui Moreira pela 'voz' do próprio, num longo texto em que o autarca do Porto, que concorre às autárquicas com o apoio de CDS e MPT, diz que já esperava ser atacado por "radicais".

"Esperava, é claro, que os radicais me atacassem por isso. Para os radicais, só eles se podem manifestar. De todas as formas, mesmo ilegais e ofensivas. Já o presidente da Câmara, que por acaso até é candidato a umas eleições, deve ficar calado e aceitar que se conspurque a cidade com propaganda", escreve Rui Moreira.

O autarca queixa-se também do aparecimento de "algumas 'virgens ofendidas', não vá isso ferir a liberdade de expressão de quem usa meios ilegais para o fazer".

"Pois não terei eu o mesmo direito à minha liberdade de expressão? Com a minha assinatura? Sem nada conspurcar? Apenas e só na minha página de Facebook?", pergunta Rui Moreira.

"Ou seja, parece que, para alguns, a liberdade de expressão é um exclusivo dos anónimos. E chega-se a invocar, pasme-se, um eventual conteúdo artístico para tentar desviar a atenção daquilo que é óbvio, tão óbvio".

As críticas, porém, não se dirigem apenas contra anónimos que terão mudado a letra, tornando 'morto' o 'Porto'. São também para Manuel Pizarro, o candidato do PS no Porto, que durante os últimos quatro anos trabalhou com o executivo de Rui Moreira, até se ter dado a rutura entre o autarca e os socialistas.

"O que não esperava, de todo", critica ainda Rui Moreira, "é que Manuel Pizarro se colocasse ao lado dos radicais, defendendo-os. E porque isto é importante? Porque Manuel Pizarro concorre a presidente da Câmara do Porto".

"Segundo o que escreveu e assinou, se por acaso vier a ser presidente da Câmara, concordando ou não, sem se comprometer, Manuel Pizarro admitirá que cada um cole o que entender na cidade, eventualmente insulte a cidade e procure destruir as suas marcas registadas", diz ainda Rui Moreira, acrescentando que Manuel Pizarro tem que saber que quando expressa que não tem uma opinião, está a ter uma opinião. Se, amanhã, surgir uma campanha xenófoba, ficará quedo e mudo, ou voltará a dizer que não tem opinião, para não cercear a liberdade de expressão ou artística de ninguém?!, pergunta.

"Manuel Pizarro anuncia-nos já que cedeu ao radicalismo. Mesmo que com ele possa não concordar", ironiza ainda Rui Moreira na publicação que fez no Facebook.