Passos Coelho ataca Proteção Civil e Governo: “País continua a arder”
O líder do PSD discursou na rentrée política do partido. Governo e Proteção Civil foram os principais alvos.
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Política PSD
Na rentrée política do PSD, que se realiza no Calçadão de Quarteira, no concelho de Loulé, no Algarve, Passos Coelho deixou fortes críticas ao Governo e à Proteção Civil.
“Sempre que alguma coisa mais imprevista ocorre, alguma coisa mais delicada ocorre, aquilo que vemos na Proteção Civil, mas sobretudo no Governo, é uma constante desresponsabilização, de passa culpas, de acusação”, acusou o líder social-democrata.
Deixando elogios às populações e às associações de bombeiros, Passos Coelho insistiu nas acusações ao Governo e a Proteção Civil afirmando que o país “continua a arder”. “Passam os meses e o país continua a arder. E a Proteção Civil, que existe como resposta que o Estado não pode deixar de providenciar para garantir que as pessoas possam ter maior segurança, continua a falhar. É patente a descoordenação”, rematou.
O líder do PSD disse ainda que o Governo não tirou lições da tragédia de Pedrógão Grande, que causou a morte de 64 pessoas. “Chamamos a atenção para a necessidade de tirar lições do que se tinha passado e de olhar para o resto do verão e ter uma resposta adequado da Proteção Civil, que tranquilizasse as pessoas. A verdade é que o tempo passou, e aquilo que nos é dado a ver é precisamente o contrário”.
Passos Coelho comentou ainda a entrevista de António Costa ao jornal Expresso, em que o primeiro-ministro responsabiliza a PT pelas falhas do SIRESP, considerando que o sistema nacional de emergência e segurança “tem a cara do atual primeiro-ministro”. “Pensei eu que o primeiro-ministro, sabendo que o sistema que tem a cara dele está a falhar, quer minimizar os problemas de funcionamento do SIRESP. Afinal não.”
Ainda sobre a mesma entrevista, o líder do PSD acusou António Costa de ter como principal objetivo atacar a Altice. “Pergunto-me se a preocupação do primeiro-ministro é com o SIRESP ou se é com a intenção que a Altice demonstrou de intervir como investidor com mais relevo na economia nacional e não tenha ido primeiro à beija mão do Governo e do primeiro-ministro, merecendo por isso críticas frontais de um chefe de Governo a uma empresa privada em Portugal”.
“Populismo, demagogia e disfarce”
A menos de dois meses das eleições autárquicas, que estão marcadas para o próximo dia 1 de outubro, Pedro Passos Coelho aproveitou o palco para lançar farpas ao Executivo e à comunicação social, falando de um presente “em que o populismo, a demagogia e até o disfarce” têm “carta de alforria”.
“O Governo entendeu, este ano, fazer um aumento extraordinário das pensões, e o ano, que começou em janeiro, só pôde ter aumento extraordinário das pensões em agosto, justamente a um mês da campanha eleitoral para as eleições autárquicas. Se fosse qualquer outro governo a anunciar um aumento extraordinário a um mês de eleições, o que se estaria a dizer pela comunicação social? Que acusações não estariam a lançar contra um governo que tivesse essa audácia?”, questionou Passos Coelho, aplaudido pelos presentes.
Já em relação ao aumento das pensões, o líder do PSD afirmou que “a realidade mostra uma coisa muito diferente da retórica que o Governo faz”, voltando a referir o “populismo, a demagogia e o disfarce” de uma “Geringonça que vive na cultura dos direitos adquiridos”.
"Se os próximos dois anos de Geringonça forem como os dois primeiros, teremos perdido uma legislatura a viver à conta do que se fez no passado e da conjuntura e nada a preparar o futuro", disse Passos Coelho, que falou de um país que está "adiado do ponto de vista estrutural e cativado do ponto vista orçamental", uma vez que "quem governa hoje não tem um espírito reformista".
[Atualizada às 22h50]
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