"É tempo de Portugal ser uma pessoa de bem e não gastar mais do que pode"

Joaquim Jorge escreve sobre a dívida pública portuguesa e sobre a forma de o Governo lidar com essa questão.

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Inês André de Figueiredo
09/08/2017 11:25 ‧ 09/08/2017 por Inês André de Figueiredo

Política

Joaquim Jorge

O estado da economia [portuguesa] e a sua evolução” preocupa Joaquim Jorge. “Os números da dívida pública divulgados pelo Banco de Portugal estão no limiar dos 250 mil milhões de euros - cada português deve 25 mil de euros - é quase uma vez e meia o que produzimos anualmente”, alerta o fundador do Clube dos Pensadores num artigo escrito no Notícias ao Minuto.

“Eu sei que Portugal inteiro está de férias e não quer saber nada disto. Se o crescimento da economia for próximo de 3% e a inflação 1,5%, será possível reduzir o peso da dívida no PIB”, acrescenta.

Deste modo, e atribuindo ao Governo de António Costa o regresso da confiança, Joaquim Jorge realça que também “regressou o endividamento”. “Os empréstimos concedidos às famílias para consumo e outros fins estão com uma taxa de crescimento anual de 5%”, indica.

Frisando que “somos uma geração herdeira do 'crash'” e que “desde 2007 que a nossa economia sofre sequelas da crise”, Joaquim Jorge realça que Portugal superou a crise financeira “graças aos resgates bancários massivos e a uma austeridade inimaginável" cujas "consequências ainda são visíveis”.

Nesta senda, o biólogo é perentório: “Convém que se aprenda com o passado recente. Os bancos devem ter uma regulação financeira mais precisa e reformas adequadas para que não volte a acontecer novo 'crash' e resgate. Espero que este Governo tenha assimilado as lições pelo que Portugal passou”.

Joaquim Jorge pede que o Governo “esta tendência das famílias para se endividarem, para evitar males futuros”.

“A compra de carros aumentou exponencialmente e o aparato está a voltar. Portugal país de novos-ricos que só vivem  de carros novos - Mercedes, BMW e Audi. Talvez, todos os portugueses deveriam passar por uma livraria, comprar livros relacionados com as causas da presença da troika no nosso país e lerem-nos”, frisa.

Joaquim Jorge diz ainda que “o país não pode ser bipolar, em que a seguir a uma austeridade férrea entra na euforia dos gastos”, frisando que se pode viver bem sem trocar de carro e casa. “Um pouco de contenção e de outros valores não nos ficaria nada mal”.

“Já é tempo de Portugal se tornar uma 'pessoa' de bem, cumprir com as suas obrigações e não gastar mais do que pode. E, sinceramente, há um enorme grupo de portugueses sensatos, realistas, contidos, equilibrados e poupados que estão fartos de pagar com língua de palmo os gastos de um grupo de portugueses desvairados sonhadores, vorazes, instáveis e gastadores”, atira.

“Para não falar no bando de gatunos, burlões, larápios, patifes e escroques com responsabilidades políticas, que assolou e ainda assola o nosso querido país”, acusa ainda Joaquim Jorge.

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