Oposição ou Governo, quem agiu pior na abordagem política da tragédia?
PSD e Governo acusam-se mutuamente de aproveitamento político no caso de Pedrógão Grande.
© Global Imagens
Política Pedrógão Grande
João Ferreira e António Leitão Amaro discutiram as críticas do primeiro-ministro à forma como a oposição abordou a tragédia de Pedrogão Grande e mais recentemente a polémica em torno do número de vítimas mortais.
"Foi absolutamente lamentável o que aconteceu esta semana em termos de especulação e aproveitamento político”, disse António Costa esta tarde após um briefing da Proteção Civil à situação dos incêndios no país.
"A polémica surge só quando resolveram acusar o Governo de estar a querer esconder o número de vítimas, o que seria das acusações mais parvas que eu já vi”, condenou, assegurando que o Governo era “dos principais interessados” na divulgação por parte da Procuradoria-Geral da República da lista das pessoas que morreram em Pedrógão Grande.
Para Leitão Amaro, no entanto, estas palavras indiciam uma inconsistência no discurso.
“Vemos o primeiro ministro mudar de posição três vezes em quatro dias: primeiro não era assunto, depois pedia esclarecimentos adicionais, hoje vem dizer que sempre foi o principal interessado na divulgação”.
No programa ‘Esquerda/Direita’ da SIC Notícias, o social-democrata acusou o Governo de estar mais “preocupado com a popularidade, com a mensagem mediática” e condenou aquilo que chamou de “silenciamento”.
“É aceitável que os partidos da oposição, da maioria, questionem, critiquem, mas se da falha dos serviços do Estado resultar em vítimas mortais, então já não se pode falar […] A existência das mais graves das consequências de uma eventual falha do Estado faz com que tenha de haver um silenciamento, um bloqueio, um calar de qualquer pergunta”.
Em resposta, João Ferreira ressalvou que a forma como o PSD tratou esta questão também não foi digna de elogio.
“Não nos esquecemos que o presidente do PSD veio falar de suicídios que se verificaram que não tinham existido. Não esquecemos a forma como o novo líder parlamentar do PSD veio fazer um ultimato absolutamente ridículo dizendo que dava 24 horas para se apresentar uma lista que ele sabia que não cabia ao Governo apresentar”.
“Desorientação maior do que tem sido evidenciada pelo PSD em todo este processo eu não sei qual é”, atirou o eurodeputado comunista.
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