“Em Portugal, falar de ciganos é um anátema. E quando se diz algo menos favorável ou se crítica aparece logo um pelotão de fuzilamento verbal”. É desta forma que Joaquim Jorge começa um artigo de opinião escrito para o Notícias ao Minuto.
Nesta senda, o biólogo garante que “o absolutismo bem-pensante comanda a vida política portuguesa, mas este unanimismo é suspeito”, frisando que parece que se “comete sacrilégio por criticar os ciganos”.
“Contudo, o candidato do PSD em Loures deu nova entrevista ao jornal SOL e o seu discurso passou a exageros e extremos com laivos de populista: ‘se o Governo insistir em não dar à PSP os meios para Loures ser um concelho mais seguro, não terá outra hipótese que não criar um exército. A polícia municipal terá que ser um exército de proteção’”, reforçou.
Na opinião do fundador do Clube dos Pensadores, “uma coisa é exigir que todos os portugueses sejam de que etnia for cumpram a lei, outra coisa é ser odioso e perseguir alguém.”.
“Que eu saiba os ciganos não provocaram desacatos para se instalar o estado de sítio em Loures? Loures não é Guantánamo”, atira, ressalvando que “este tipo de linguagem, dá razão a quem é intolerável com críticas à etnia cigana, sendo acusado de xenófobo, racista ou fascista”.
Joaquim Jorge acredita que André Ventura “perdeu uma boa ocasião para estar calado”, já que “o deslumbramento com a notoriedade traiu-o”.
No mesmo sentido, o biólogio foi perentório: “Sou contra extremismos e fundamentalismos de qualquer espécie. O candidato já tinha dado a sua opinião, mesmo julgada por muitos intolerável, mas disse o que a maioria dos portugueses pensava. Mas, a partir daí, o discurso bélico é contraproducente. A narrativa do medo e da insegurança não são a solução”.
“Não sou adepto de ‘política de Trumpa’ com ideias turbulentas e belicistas. Os portugueses são a favor que os ciganos cumpram o estipulado na lei e que não sejam uma exceção, mas não aceitam que os ciganos sejam discriminado”, conclui Joaquim Jorge.