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Pedrógão: "Em vez de reagir com humildade, Governo reagiu com arrogância"

Marques Mendes diz que as autoridades deviam divulgar, com total transparência, a lista dos mortos no incêndio de Pedrógão Grande. Considera ainda que "há uma mudança de comportamento por parte do Governo", que ficou afetado politicamente nas últimas semanas.

Pedrógão: "Em vez de reagir com humildade, Governo reagiu com arrogância"
Notícias ao Minuto

23:50 - 23/07/17 por Pedro Bastos Reis

Política Marques Mendes

No seu espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes criticou a forma como o Governo está a lidar com os casos das últimas semanas, mais concretamente o incêndio em Pedrógão Grande, o assalto aos paióis de Tancos e a demissão dos três secretários de Estado.

O comentador começou por fazer um apelo aos partidos, para que não “instrumentalizem” assuntos como o incêndio de Pedrógão Grande para obter ganhos políticos. “Um bom contributo de todos é fazerem do caso de Pedrógão um caso de unidade e solidariedade nacional, e menos um caso de controvérsia ou de confrontação política”, apelou.

Relativamente à polémica sobre o número de vítimas da tragédia, levantada depois de o Expresso divulgar a lista com os nomes e dar a entender que podem existir mais vítimas mortais como consequências do incêndio de Pedrógão, Marques Mendes foi perentório: as autoridades deviam acabar com todas as dúvidas.

“A pior coisa que podia haver agora era uma polémica sobre quantas pessoas faleceram. Acho que as autoridades deveriam divulgar, preto no branco, com total transparência, o número de vítimas, para que não restem dúvidas”, disse Marques Mendes, discordando da invocação do segredo de justiça por parte das autoridades.

Já no que diz respeito à decisão da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) em passar a fazer dois briefings diários, incluindo aos fins de semana, sobre os incêndios, de forma a que as unidades no terreno se possam concentrar no combate às chamas, Marques Mendes considera uma “má decisão”, que visa limitar o acesso à informação.

“Sinceramente, acho que é uma forma de limitar e controlar a informação. Vamos ser francos e diretos: as coisas não correram bem às autoridades no incêndio de Pedrógão, nem correram bem, recentemente, em Alijó”, reiterou o antigo líder do PSD, que afirma que esta “esta questão não é um caso pontual e isolado”.

“Há aqui uma mudança de comportamento da parte do Governo depois destas três ‘semanas fatídicas’. O Governo ficou muito afetado politicamente com o incêndio de Pedrógão, depois com o assalto a Tancos e depois com a demissão dos secretários de Estado, e em vez de reagir com humildade reagiu com arrogância”.

Nesse sentido, o comentador considera que o Governo procurou encontrar bodes expiatórios, nomeadamente a comunicação social e os procuradores do Ministério Público. “Por isso é que vemos estas medidas de limitar a informação, no caso dos incêndios, e também os ataques ao Ministério Público, por causa da constituição como arguidos dos três secretários de Estado”, justificou.

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