Homofobia e racismo: "Devemos deixar algumas pessoas a falar ao espelho"
Deputada socialista considera que a "sede de palco substitui a honestidade". Por isso, "devemos deixar algumas pessoas a falar ao espelho".
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Política Isabel Moreira
A deputada socialista Isabel Moreira partilhou este domingo um extenso e profundo texto sobre temas dos quais se tem 'revoltado' ao longo dos anos: a homofobia, o racismo e o sexismo. Numa altura em que temas como o racismo (suscitado pelas declarações de André Ventura) e a homofobia (à boleia da entrevista polémica de Gentil Martins sobre a homossexualidade).
Recordando e agradecendo "todos os dias às mulheres e homens que lutaram para que tenhamos os direitos fundamentais consagrados na Constituição, entre eles a liberdade de expressão, Isabel Moreira lembra que "não há direitos absolutos" e que "uma liberdade não pode ser abusivamente invocada para, precisamente, suprimir outras liberdades e direitos subjetivos públicos (como o direito subjectivo público à igualdade) consagrados na mesmíssima Constituição".
Nesta senda, a socialista afirma que "há pessoas com especiais deveres de cuidado perante a comunidade porque as suas palavras têm um efeito social e consequências, por exemplo, na prestação de serviços jurídicos ou de saúde".
E, referindo quem a criticou por ter pedido à Ordem dos Médicos que atuasse em relação às declarações de Gentil Martins, afirma: "Saber que quem se exalta por se pedir às Ordens Profissionais para reporem, as vezes que forem necessárias, a verdade deontológica e científica sobre pessoas de carne e osso está consciente de que não há aqui perseguição pessoal alguma, mas cumprimento do papel de associações públicas. Saber, enfim, onde está a normalidade e onde está o ódio, a homofobia e a profunda desonestidade intelectual", assinala, para no fim tirar as suas conclusões.
No que toca à homossexualidade, escreve sem nunca se referir diretamente a Gentil Martins, Isabel Moreira afirma que "o desespero é na verdade o da defesa ( histórica) da homofobia. "Sabendo tudo isto, sabemos também que a sede de palco substitui a honestidade, pelo que devemos deixar algumas pessoas a falar ao espelho", conclui.
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