Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
21º
MIN 15º MÁX 21º

"É dramático" ver PT/MEO com "manhas para liquidar postos de trabalho"

O secretário-geral do PCP considerou, sexta-feira ao final da noite, que estão a ser usados "subterfúgios e manhas" para liquidar postos de trabalho na PT/MEO e reiterou que a empresa deve regressar ao domínio público.

"É dramático" ver PT/MEO com "manhas para liquidar postos de trabalho"
Notícias ao Minuto

06:30 - 22/07/17 por Lusa

Política Jerónimo de Sousa

dramático assistir, uma empresa de ponta em termos tecnológicos (...) e que, de repente, se verifique esta tentativa de liquidar milhares de postos de trabalho, procurando, através de subterfúgios e manhas, transmitir para empresas mais ou menos fictícias centenas e centenas de trabalhadores para os levar e conduzir ao despedimento ou à aceitação do despedimento", vincou.

Jerónimo de Sousa falava na Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde participou num comício regional de pré-campanha para as eleições autárquicas de outubro.

Na intervenção que realizou poucas horas depois de ter marcado presença na manifestação contra transferência compulsiva de funcionários realizada em Lisboa pelos trabalhadores da PT/MEO, Jerónimo de Sousa considerou "inadmissível" o que considerou ser "uma posição de assédio" e de "pressão psicológica" para levar os trabalhadores a aceitarem o despedimento.

"Vão para uma espécie de empresa em que ficam sentados sem nada ter de fazer e como a moeda de troca [dizem-lhes] 'aceita o despedimento e o problema resolve-se'", denunciou.

Salientando que o PCP não pode aceitar essas situações, o líder comunista garantiu que o partido responderá positivamente ao apelo que lhe foi deixado pelos muitos que saíram à rua e que pediram ajuda.

"Tenho a certeza de que a nossa organização do partido estará profundamente solidária com os trabalhadores da Portugal Telecom na ideia de combater os despedimentos, o desemprego e manter aquela empresa como um serviço público ao país", declarou, reafirmando a ideia de que a empresa deve regressar ao domínio público.

De resto, Jerónimo de Sousa criticou a decisão de entregar a PT à multinacional francesa Altice, apontando responsabilidades ao PSD, PS E CDS: "Entregaram-na, como entregaram as EDP's como entregaram as ANA's, como entregaram as Petrogais, como entregaram as Cimpor's; como entregaram aquilo que eram alavancas fundamentais da nossa economia e do nosso desenvolvimento, que hoje estão nas mãos dos estrangeiros. É inaceitável".

O líder comunista mostrou-se ainda preocupado com as eventuais consequências da compra do grupo que detém a TVI por parte da Altice, referindo que, se tal se concretizar e tendo em conta os setores estratégicos que já tem, "essa multinacional pode parar o país".

Mais de 2.000 trabalhadores da PT/MEO de todo o país, segundo as organizações sindicais, desfilam sexta-feira em protesto desde a sede da empresa, nas Picoas, em Lisboa, até à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.

Em causa está a mudança de mais de 150 trabalhadores para empresas do grupo da multinacional de comunicações e conteúdos de origem francesa Altice, que detém a PT Portugal, como a Tnord, a Sudtel ou a Winprovit e ainda para a parceira Visabeira, recorrendo à figura de transmissão de estabelecimento, prevendo-se a conclusão do processo até final do mês.

O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, anunciou quarta-feira, no parlamento, que "está já em curso uma ação inspetiva" desencadeada pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) sobre o processo de transferência de trabalhadores da PT Portugal para outras empresas.

O português e cofundador da Altice Armando Pereira declarou entretanto que o Governo português, "muitas vezes, não vê essa importância" do investimento que está a ser feito na economia de Portugal.

O grupo francês, que comprou há dois anos a PT Portugal por cerca de sete mil milhões de euros, anunciou em 14 de julho que chegou a acordo com a Prisa para a compra, por 440 milhões de euros, da Media Capital SGPS, SA, que detém a TVI, mas o negócio aguarda ainda pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que é vinculativo, e da Autoridade da Concorrência (AdC).

Recomendados para si

;
Campo obrigatório