Eucaliptos levam a esclarecimento do Governo com críticas à imprensa
"Causa estranheza que todas as notícias se refiram exclusivamente ao eucalipto", salienta o Governo.
© Reuters
Política Ministério
A tragédia de Pedrógão Grande, onde 64 pessoas perderam a vida nos incêndios, levou a que o debate em torno dos eucaliptos voltasse a fazer parte da ordem do dia.
Em causa está o desafio do ordenamento florestal e, sobre essa questão, o Governo rechaça algumas críticas que, em certos setores, lhe foram apontadas.
A intervenção estatal precisamente na área do eucalipto levou o Governo, através de um esclarecimento enviado às redações pelo ministério da Agricultura, a reagir.
Diz o ministério da Agricultura que, na proposta de reforma florestal, são proibidas novas plantações de eucaliptos, "exceto em áreas de povoamentos já existentes e mediante planos de gestão e ordenamento previamente aprovados".
Especificamente, adianta o Executivo que “abriu três concursos no montante global de 27 milhões de euros para promover o ordenamento da área existente de eucalipto (9 milhões de euros), para promover ordenamento do pinheiro bravo (9 milhões de euros) e para promover o adensamento e a expansão do Montado de sobro e azinho (9 milhões de euros)”.
“Causa estranheza que todas as notícias se refiram exclusivamente ao eucalipto, transmitindo a ideia de que o Governo se prepara para apoiar novas plantações de eucalipto, ideia que não corresponde minimamente à verdade”, pode ler-se no esclarecimento.
“Considera-se igualmente estranho o facto de o mesmo Governo que ao longo do último ano foi permanentemente fustigado na comunicação social por ter aprovado uma proposta legislativa que visa travar a expansão da área de plantação de eucalipto, tal como está previsto no seu Programa, tenha passado a ser considerado defensor da plantação de novas áreas de eucaliptos apenas no espaço de uma semana, sem que isso mereça qualquer reflexão por parte dessa mesma comunicação social”, aponta-se ainda no mesmo comunicado.
Segundo a agência Lusa, a área destruída por estes incêndios - iniciados em Pedrógão Grande, no distrito de Leira, e em Góis, no distrito de Coimbra - corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.
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