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Catarina Martins exorta partidos a decidirem sobre reforma da floresta

A coordenadora do Bloco de Esquerda exortou hoje os partidos, sobretudo os que "liberalizaram o eucalipto", a "escolher e decidir" depois de meses de "debate público, audições e contributos" sobre a reforma da floresta.

Catarina Martins exorta partidos a decidirem sobre reforma da floresta
Notícias ao Minuto

21:34 - 24/06/17 por Lusa

Política Bloco de Esquerda

Afirmando perceber que "para alguns partidos, nomeadamente aqueles que liberalizaram o eucalipto", seja "mais confortável" querer discutir, depois dos fogos que assolaram o centro do país, "só temas da Proteção Civil e não os da prevenção", Catarina Martins afirmou que a crítica feita por deputados do PSD e do CDS, de que se está a querer "legislar à pressa" ao querer que a reforma florestal seja aprovada pelo parlamento até 19 de julho, "não se aplica neste caso".

Falando na apresentação dos candidatos do Bloco de Esquerda aos órgãos autárquicos do Entroncamento (distrito de Santarém) às eleições de 01 de outubro, a líder bloquista lembrou que o seu partido promoveu uma audição pública logo em outubro sobre esta matéria e que o Conselho de Ministros se reuniu duas vezes para aprovar projetos de reforma florestal.

Estes projetos, disse, estão em debate público desde o início do ano e encontram-se há dois meses na comissão da especialidade no parlamento, depois de terem sido debatidos na generalidade em abril, para recolher "todos os contributos".

Para Catarina Martins, "não há ninguém que não conheça as conclusões do grupo de trabalho feitas ao longo de seis meses em 2014" nem as propostas do BE e do Governo "que estão no parlamento há meses".

"O Bloco de Esquerda foi o único que apresentou propostas. Outros ficaram a debater propostas em cima da mesa. Tudo isso é legitimo. O que não é normal é dizer que um processo que acompanha toda a sessão legislativa é à pressa ou não tirar conclusões, não fazer escolhas, não votar no fim deste processo", declarou.

A líder bloquista afirmou que, depois da "desgraça" ocorrida na sequência do incêndio que deflagrou no passado sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, "há pelo menos dois campos em que devia haver convergência", ou seja, não deixar aumentar a área de eucalipto em Portugal e aprovar uma reforma florestal que acabe com a "mancha contínua de eucalipto e pinheiro", que cria uma "massa combustível gigantesca" e que é "tão perigosa".

Catarina Martins lembrou que Portugal "tem a maior área absoluta de eucalipto na Europa e tem também o maior número de fogos e de área ardida todos os anos na Europa".

"Se conseguirmos, do ponto vista legislativo, fazer estas duas coisas, travar o crescimento do eucalipto e acabar com a mancha de eucalipto e pinheiro, já teremos dado um passo importante nesta sessão legislativa", num processo que poderá continuar a ser aprofundado na próxima.

"O que não é legitimo é que fique tudo na mesma depois de tudo o que aconteceu. Ninguém nos perdoaria", disse, reafirmando que este "não é um tema novo para nenhum partido".

Na sessão que decorreu ao final da tarde num pequeno auditório, o Bloco de Esquerda apresentou os candidatos à presidência da Câmara do Entroncamento, Henrique Leal, à Assembleia Municipal, Carlos Matias, e às duas freguesias da cidade.

Henrique Leal, 63 anos, é professor do ensino secundário, aposentado, tendo sido militar na Força Aérea Portuguesa durante seis anos. Em mandatos anteriores foi eleito para a Assembleia Municipal e vereador no executivo municipal.

A Câmara Municipal do Entroncamento foi conquistada ao PSD em 2013 por uma lista socialista liderada pelo independente Jorge Faria, que alcançou 41,96% dos votos (quatro eleitos), seguindo-se o PSD com uma vereadora (20,67%), a CDU (11,32%) com um eleito e o BE (10,88%) com outro eleito (Carlos Matias).

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