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PCP vai apresentar medidas sobre florestas e incêndios

O secretário-geral do PCP garantiu hoje que o partido irá recuperar várias iniciativas legislativas sobre floresta e incêndios, insistindo nas críticas à "varinha mágica" do Governo socialista e à sua reforma florestal.

PCP vai apresentar medidas sobre florestas e incêndios
Notícias ao Minuto

11:17 - 24/06/17 por Lusa

Política Jerónimo de Sousa

"Não se confunda rapidez com precipitação. Se a reforma florestal não está aprovada não é por qualquer capricho do PCP. Não está aprovada porque não responde aos problemas essenciais", afirmou Jerónimo de Sousa, numa audição pública, no parlamento.

Antes, o secretário-geral do PCP considerou que o executivo liderado por António Costa andará "mal, se insistir na chantagem para aprovação" dos diplomas que estão na Assembleia da República relativos à reforma florestal.

Pois, acrescentou, "é uma ilusão, mesmo um logro" afirmar que as referidas medidas são "a varinha mágica para tapar o essencial".

Segundo o líder comunista, as propostas de lei do Governo em apreciação no parlamento desde abril, que fazem parte de um pacote denominado "Reforma da Floresta" e que, por sugestão do Presidente da República, podem vir a ser viabilizadas em 19 de julho, não atacam os verdadeiros problemas: "falta de investimento, políticas de restrição orçamental, desmantelamento de estruturas e serviços do Ministério da Agricultura" e "desvalorização do preço da madeira".

"Em breve, o PCP trará a debate algumas das propostas em que insiste há anos para que possam em definitivo ser concretizadas", garantiu.

Jerónimo de Sousa referiu-se, entre outros, aos "problemas da prevenção e combate a fogos e apoio às vítimas", à "limitação rigorosa da plantação de eucaliptos", à "revisão dos Planos Regionais de Ordenamento das Florestas" e "criação de equipas de sapadores florestais que faltam para atingir as 500 equipas" definidas como necessárias em 2012.

O secretário-geral comunista elogiou ainda os cerca de 36.000 bombeiros voluntários de 435 associações humanitárias de todo o país e defendeu melhores condições para este setor.

"O diagnóstico está feito. Não nos venham pedir mais comissões, mais estudos, resoluções. Há páginas e páginas de teorias e análises. Há resmas e resmas de recomendações e propostas", afirmou Jerónimo de Sousa.

Referindo-se à sugestão do PSD para ser criada uma comissão especializada para investigar o que aconteceu no incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, o secretário-geral do PCP considerou que não se irá agora "descobrir a pólvora".

"Não será uma equipa de técnicos, quem sabe independentes da Assembleia da República, mas dependentes de interesses em presença a vir agora descobrir a pólvora", criticou.

Na plateia da audição pública promovida pelo PCP estiveram, entre outros, oficiais e elementos dos Bombeiros Sapadores de Setúbal, da Liga de Bombeiros Portugueses, das associações de bombeiros voluntários de Mourão, Barreiro, Oeiras, Vialonga, Algueirão-Mem Martins, Bucelas, Loures ou Sacavém.

Representantes da Associação Espanhola de Luta Contra o Fogo, de sindicatos de trabalhadores de autarquias locais, da Federação Nacional de Baldios e da Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais, estiveram também entre a assistência.

Durante a audição, os bombeiros voluntários recusaram o rótulo de "amadores" e queixaram-se da falta de um comando próprio e de financiamento, além da retribuição de 1,78 euros por hora de serviço.

O presidente dos Bombeiros voluntários de Palmela, Otávio Machado, antigo futebolista de Vitória de Setúbal e FC Porto e também treinador dos "dragões" e do Sporting, onde ainda é dirigente, foi um dos defensores de maior apoio financeiro ou incentivos fiscais e sociais.

"O combate aos incêndios tem vindo a ser discutido há 30 anos, mas devia ser a última coisa. Tem servido para esconder os interesses e aquilo que devia ser prioridade: ordenamento do território, abandono do interior pelas populações, prevenção, vigilância. Não admito que nos chamem analfabetos por sermos voluntários", afirmou.

Dois grandes incêndios deflagraram no sábado na região Centro de Portugal, provocando 64 mortos e mais de 200 feridos, com a consequente mobilização de mais de 2.000 operacionais.

Estes fogos, que deflagraram nos concelhos de Pedrógão Grande e Góis, consumiram um total de cerca de 50 mil hectares de floresta [o equivalente a 50 mil campos de futebol] e obrigaram à evacuação de dezenas de aldeias.

As chamas chegaram ainda aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra, mas o fogo foi dado como dominado na quarta-feira à tarde.

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