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PSD consternado com situação no terreno tece críticas ao Governo

A reunião da bancada do PSD decorreu hoje num tom emotivo e de indignação, com alguns deputados a acusarem o Governo de fazer uma gestão política da tragédia de Pedrógão Grande, enquanto a oposição tem mantido o recato.

PSD consternado com situação no terreno tece críticas ao Governo
Notícias ao Minuto

20:37 - 22/06/17 por Lusa

Política Pedrógão Grande

De acordo com relatos feitos à Lusa por deputados presentes na reunião, o tom geral foi de crítica ao Governo: "Não se admite que o PSD esteja em recato e que o Governo esteja a fazer política", resumiu um dos deputados presentes.

Por outro lado, os deputados defenderam que o partido se deve concentrar, neste momento, em falar sobretudo do combate aos incêndios e procurar respostas sobre o que aconteceu no terreno e não tanto, como pretende o Governo, nas políticas de reforma da floresta e de ordenamento do território.

No final da reunião, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro -- que dentro da bancada procurou serenar os ânimos -, anunciou que o partido iria utilizar o seu agendamento da próxima quinta-feira, dia 29, para "dar voz" às inquietações e perguntas dos portugueses sobre o incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande e já causou pelo menos 64 mortos.

O outro sentimento generalizado na reunião, segundo deputados presentes, foi de consternação, sobretudo quando foram ouvidos os relatos emotivos de alguns parlamentares que acompanharam a situação no terreno, casos de Maurício Marques, com família na freguesia da Graça, no concelho de Pedrógão Grande, ou de Pedro Pimpão, natural de Pombal (Leiria).

Em declarações à Lusa, o deputado Maurício Marques, eleito por Coimbra, disse que relatou na reunião que, no sábado, a sua filha saiu da Graça com a avó e, fazendo o seu percurso habitual, seguiu pela A13, passando mesmo por baixo da já chamada "estrada da morte", a nacional 236-1, onde terão morrido 47 pessoas.

"Dei conta de alguma revolta. Estive na zona desde sábado, algo correu mal, provavelmente o sistema de comunicações não foi o mais eficaz", afirmou, acrescentando confiar que a GNR não enviou, de forma consciente, as pessoas para uma estrada onde foram apanhadas pelo fogo.

Numa situação em que há "tantas vítimas a lamentar", o deputado manifestou o desejo de que sejam apuradas as responsabilidades políticas.

Outro dos testemunhos emocionados na reunião veio de Pedro Pimpão, deputado por Leiria, que diz ter testemunhado "muita dor" no terreno e, em Castanheira de Pera, um "sentimento inicial de abandono, fruto da falta de comunicações móveis".

"O que as pessoas querem é que a ajuda chegue ao território e respostas (...) Até agora, temos mantido respeito pelos mortos e pelo luto mas também muitos nos pedem que encontremos respostas", disse.

A declaração inicial do Presidente da República -- que, na madrugada de domingo quando chegou ao posto de comando de Pedrógão Grande, disse que "não era possível fazer mais" -- também não caiu bem entre os sociais-democratas, mas na reunião foram poucos os que se referiram a Marcelo Rebelo de Sousa, segundo os relatos feitos à Lusa, com o Governo a ser o alvo da maioria das críticas.

O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e que foi dado como dominado na tarde de quarta-feira, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.

Este incêndio já consumiu cerca de 30 mil hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.

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