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Pedrógão: PSD marca debate para "dar voz" a perguntas e inquietações

O líder parlamentar do PSD anunciou hoje que o partido vai realizar na próxima quinta-feira um debate político sobre as questões "que apoquentam, inquietam e intrigam" os portugueses na tragédia de Pedrógão Grande, que causou pelo menos 64 mortos.

Pedrógão: PSD marca debate para "dar voz" a perguntas e inquietações
Notícias ao Minuto

13:53 - 22/06/17 por Lusa

Política Parlamento

No final da reunião do grupo parlamentar social-democrata, Luís Montenegro referiu que o PSD vai utilizar o seu agendamento potestativo (direito de fixar a ordem do dia) de dia 29 para abordar a questão dos incêndios do passado fim de semana, considerando que o tema "merece um tratamento sério, mas que não pode deixar de ser feito em sede parlamentar"

"Nós entendemos dar voz às pessoas. Quero comunicar-vos que, na próxima quinta-feira, dia 29, o agendamento potestativo do PSD será preenchido com um debate político para podermos suscitar as questões que apoquentam, que inquietam, que intrigam todos os portugueses", disse.

"Nenhum de nós pode ser indiferente ao que se passou do ponto de vista humano", reforçou.

Questionado se dentro de uma semana já haverá condições para realizar esse debate, Montenegro sublinhou que o PSD não pretende antecipar conclusões, mas "suscitar as perguntas, as inquietações e também algumas anomalias" que os deputados do partido no terreno dizem ter detetado.

"Há objetivamente inquietação no país e essa inquietação tem de ser alvo de um tratamento por parte dos representantes do povo, que somos nós na Assembleia da República e nós não podemos eximir-nos a fazê-lo com toda a responsabilidade e com toda sobriedade", sublinhou.

Depois de hoje o vice-presidente da bancada do PSD Hugo Soares ter questionado na rede social Facebook o aumento rápido do número de feridos e a ausência de números sobre desaparecidos, Montenegro foi interrogado se o PSD duvida dos números que têm sido apresentados pelo Governo e pelas autoridades no terreno.

"A questão não é duvidar dos números, é perguntar quais são esses números e porque é que evoluíram de forma tão repentina", disse, recordando que passaram de cerca de 60 para o dobro "num ápice" e que já vão em mais de 200 feridos.

Luís Montenegro acrescentou que "não há ninguém que tenha respondido de forma cabal ao número de desaparecidos", apontando estas duas matérias como questões que o PSD irá suscitar no debate da próxima quinta-feira.

"Não se trata de duvidar, trata-se de obter respostas que sejam esclarecedoras", afirmou.

O líder parlamentar do PSD apelou ainda a que se possa chegar a um rápido consenso para a formação da comissão técnica independente que os sociais-democratas propuseram na terça-feira - e já aceite pelo Governo e pelo PS.

"A nossa predisposição inicial é que cada grupo parlamentar possa fazer uma, duas sugestões sobre os técnicos a indicar, não queremos fechar esse critério", disse.

Sobre o pedido de consenso político do primeiro-ministro para uma reforma florestal de fundo, Luís Montenegro não respondeu diretamente, dizendo que "neste momento a resposta que o país exige é a resposta sobre o funcionamento dos meios de combate" no caso concreto dos incêndios do passado fim de semana em que se "perderam muitas vidas humanas".

Dizendo que o partido respeita todas as iniciativas políticas e legislativas relativas à prevenção e apoio social, o líder parlamentar do PSD defendeu que o país tem de se concentrar em "responder ao povo, aos cidadãos".

"É preciso saber em que circunstâncias é que pessoas morreram dentro do seu carro, dentro da sua casa", frisou.

O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e que foi dado como dominado na tarde de quarta-feira, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.

Este incêndio já consumiu cerca de 30.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.

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