Chegou ao fim a passagem de Joaquim Jorge pela política ativa. O responsável pelo Clube dos Pensadores já não é candidato à presidência da Câmara Municipal de Matosinhos, escusando-se assim a continuar aquilo que chamou de “telenovela grega”.
Num texto enviado à redação do Notícias ao Minuto, Joaquim Jorge acusa o PSD de estar “refém do aparelho do partido, anquilosado e desfasado da realidade”.
“O dossier Matosinhos do PSD foi uma peça teatral trágica ao nível de ‘Hamlet’ de Shakespeare com intriga, deslealdade, traição, vingança e imoralidade”, assegura, frisando que se tratou de uma “luta entre a velha política e a nova política” ou, por outras palavras, uma “luta entre o aparelho do PSD e a regeneração e abertura do PSD”.
Mas a polémica que envolveu a sua candidatura não foi apenas ao nível autárquico. O comentador político garante que se tratou também de uma “luta pela sucessão de Pedro Passos Coelho” e nesta senda atira farpas na direção de Marco António Costa que descreve como uma “pessoa muito ambiciosa”
“Numa 1.ª fase vai tentar ser líder parlamentar e numa 2.ª fase vai tentar ser líder do PSD. Deste modo, tem de colocar pessoas da sua confiança em lugares chave. Os elogios públicos a Passos Coelho não passam de faits-divers”, acusa.
Assim, Joaquim Jorge dá os seus “parabéns a Marco António Costa” pois, no seu entender, é “preciso ter muito valor para se manter tantos anos no PSD ,a dominar e influenciar as estruturas do PSD e não haver ninguém que lhe faça frente”.
Quanto ao processo autárquico em que esteve envolvido, o comentador político assegura ter estado sempre de “pé-atrás”, pois diz saber que é “persona non grata para os velhos do Restelo e démodé do PSD”.
E por essa razão acusa a distrital de ter “alimentado e instigado para que este processo decorresse mal”.
Face ao exposto, Joaquim Jorge afasta-se definitivamente da corrida ao município, garantindo que irá dar continuidade às conversas políticas semanais no seu Clube dos Pensadores.