Meteorologia

  • 16 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 13º MÁX 26º

"O Governo escolheu ter uma relação privilegiada com a Função Pública"

Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, e Pedro Mota Soares, do CDS, debateram hoje as causas, efeitos e possíveis interesses da greve na Função Pública, que decorre até ao final do dia de hoje.

"O Governo escolheu ter uma relação privilegiada com a Função Pública"
Notícias ao Minuto

22:20 - 26/05/17 por João Oliveira

Política Greve geral

Decorreu, ao longo do dia de hoje, uma paralisação da Função Pública que afetou, entre outros, especialmente os setores da Saúde e Educação. Foi, por sinal, esse o tema em análise por Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, e Pedro Mota Soares, do CDS, no tempo de antena da SIC Notícias.

Ambos foram questionados sobre as causas, os efeitos, e sobretudo os interesses desta greve, e na opinião de Mortágua, não há interesses para serem questionados porque "qualquer trabalhador que lute pelos seus direitos está a lutar pelo país, porque os direitos conquistador por um trabalhador serão os direitos de outros também".

A deputada do Bloco lembrou que há casos na Função Pública em que há "carreiras congeladas há mais de uma década" e casos de baixos salários, uma vez que, "com o aumento do salário mínimo, há pelo menos dois escalões da Função Pública abaixo do salário mínimo nacional".

A tudo isto, juntam-se ainda promessas como a reposição das 35 horas semanais de trabalho que "contratualmente, os trabalhadores têm direito e essa promessa ainda não foi cumprida na sua totalidade".

"Parece-me importante que, nesta fase, havendo alguns direitos recuperados, que os trabalhadores da Função Pública percebam que este é um momento de reivindicação e que as suas reivindicações podem ser ouvidas", defendeu ainda a bloquista.

O centrista Pedro Mota Soares, por seu lado, apresentou uma visão bem diferente e mais radical, salientando "duas questões" que diz achar "muito curiosas".

"O Governo escolheu ter uma relação privilegiada com a Função Pública. O primeiro grupo social a quem o Governo tentou dar um conjunto de novas medidas foi à Função Pública", começou por defender, dando como exemplo "a devolução de rendimentos [à Função Pública] mais rápida do que estava programado" e ainda a reposição das 35 horas, medida que foi tomada "muitas vezes sem medir as consequências que isso tinha nos serviços públicos prestados às pessoas".

"E, mesmo assim, esta greve surge na Função Pública", acrescentou ainda em tom de espanto.

Por fim, o antigo ministro disse acreditar que os sindicatos são os principais interessados com esta paralisação, tal como os partidos que suportam o Governo, pois esta é uma oportunidade de "fazerem prova de vida".

"Vi hoje pessoas que já não via há quase dois anos, achava até que estavam a fazer outra função, que tinham saído do mundo sindical. É uma greve que dá jeito ao Bloco de Esquerda e ao PCP. Estamos em sede de negociações do próximo OE e eu percebo que para o Bloco de Esquerda e para o Partido Comunista, que estão a negociar com o Governo, ter alguma prova de força pode vir a dar jeito nestas negociações e, sinceramente, dá algum jeito ao Governo", ironizou, em tom conclusivo.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório